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segunda-feira, 27 de julho de 2020

Julho Amarelo: especialista alerta para os riscos das hepatites virais

Vacinação e testagem são as principais formas de combate à doença

  

A campanha ‘Julho Amarelo’ foi criada para reforçar as formas de prevenção e combate às hepatites virais. Com diferentes tipos e sintomas, elas são responsáveis por muitas mortes no mundo. Por isso, a Organização Mundial da Saúde instituiu, há 10 anos, o dia 28 de julho como o Dia Mundial de Combate à Hepatite. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 1999 e 2018, existiram mais de 632 mil casos confirmados de hepatites virais no Brasil e, entre 2000 e 2017, foram registradas mais de 70 mil mortes devido às doenças, 76% delas ligadas à hepatite C.

Apesar dos números, o médico infectologista Rogério de Jesus Pedro, do Vera Cruz Hospital, em Campinas, afirma que a hepatite B, que é sexualmente transmissível e que pode passar da mãe para o feto na gravidez, durante e após o parto, é o tipo mais preocupante da doença. “Cada hepatite possui diferentes sintomas, formas de transmissão e de tratamento. O tipo B é preocupante, pois possui alto índice de transmissão. Quando aguda pode passar despercebida, porque a doença é assintomática ou os sintomas não chamam a atenção. Outra particularidade é que a maioria dos pacientes elimina o vírus e evolui para a cura definitiva. Em menos de 5% dos casos, porém, o vírus conhecido como VHB persiste no organismo e a doença torna-se crônica”, explica. De acordo com ele, a cada 100 pessoas, 90 se curam da doença.

Mas, segundo o especialista, a hepatite B crônica também pode evoluir sem apresentar sintomas que chamem a atenção durante muitos anos. “Isso não indica que parte dos infectados possa desenvolver cirrose hepática e câncer de fígado no futuro. Na maioria das vezes, porém, quando os pacientes procuram o médico, já há sinais de insuficiência hepática crônica”, completa.

Por isso, o infectologista reforça a importância da vacinação no primeiro ano de vida. “As vacinas de hepatites A e B estão no Calendário Nacional de Vacinação e são fornecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É importante alertar também a sociedade que depois dos 40 anos a imunização perde a sua eficácia. O ideal é fazer exames preventivos anualmente e checar se as vacinas foram tomadas ou não”, afirma.

 

Hepatite C


Os levantamentos que apontam a maior quantidade de mortes relacionadas à hepatite C, transmitida pelo sangue, devem despencar na próxima década, segundo o infectologista. “A ideia é nos próximos anos simplificar o diagnóstico, ampliar a testagem e fortalecer o atendimento público. Muitas pessoas estão com o vírus da hepatite C e não apresentam nenhum sintoma, então diagnosticar e tratar essas pessoas é a forma mais rápida de erradicar a doença”, explica o médico.

Segundo o especialista, o número ainda é alto, pois não existe vacina para esse tipo da doença, que possui um vírus muito severo e comum entre usuários de drogas injetáveis e que costumam compartilhar seringas, por exemplo. Mas, o médico alerta que quem recebeu transfusões de sangue, fez cirurgias ou tatuagens antes de 1998 deve realizar o teste para hepatite C. “Foi apenas a partir desse ano que foram implementadas medidas de identificação do vírus para evitar transmissão de material contaminado”, aponta.

 


 Hospital Vera Cruz


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