Índice medido pela
associação fica em 2,02%, muito próximo ao percentual de 2,01% registrado no
mesmo período de 2019
O mercado de locação de imóveis do Estado de São
Paulo fechou o primeiro semestre com um índice de inadimplência em patamar
bastante semelhante ao registrado no mesmo período do ano passado. O levantamento
é realizado pela Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo
(AABIC), principal entidade do segmento no Estado. Na avaliação da associação,
o índice permanece sem grandes oscilações em consequência de negociações bem-sucedidas
entre inquilinos e proprietários para revisão de prazos e valores nos contratos
durante o período da pandemia.
A pesquisa do Índice Periódico de Mora e
Inadimplência Locatícia (IPEMIL), medido pela AABIC, registrou um percentual de
2,02% no primeiro semestre de 2020, ante índice de 2,01% apurado em igual
período de 2019. A associação considera devedor inadimplente para cálculo
do IPEMIL aqueles que atrasam o pagamento do aluguel por 90 dias após
a data do vencimento. Ou seja, para ser considerado inadimplente no final do
mês de junho, o inquilino não pagou os boletos de abril, maio e junho. Os dados
abrangem uma amostra de 19.264 imóveis comerciais e residenciais.
Para a AABIC, o ambiente de livre negociação vem
sendo o principal responsável para que o setor consiga absorver com
naturalidade os efeitos da crise, mantendo índices de inadimplência abaixo de
3%, considerados baixos pelo mercado. “Desde o início da pandemia defendemos a
tese de que uma interferência do poder público poderia ocasionar desequilíbrios
na relação entre proprietário e inquilino, o que certamente levaria o índice a
oscilar com mais intensidade”, defende o presidente da AABIC, José Roberto
Graiche Júnior, ao justificar a capacidade de autorregulação do setor.
A AABIC registrou ainda uma leve alta no índice de
inadimplência do segundo trimestre, que considera apenas os meses de abril,
maio e junho. Nesse período, o índice marcou 2,73%, ante 2,02% no mesmo
intervalo do ano passado. Apesar da oscilação, a associação avalia que a
inadimplência se manteve em um patamar já esperado pelo mercado, mesmo
considerando um período mais crítico da pandemia, anterior à retomada gradual
das atividades comerciais. “O índice sob controle também é consequência
da intervenção e conscientização das administradoras, que lideraram uma boa
mediação entre proprietários e inquilinos, conseguindo assim estabilizar o
preço em níveis ainda mais baixos que outros Estados”, explica o presidente da
AABIC.
Segundo a associação, as tratativas entre
proprietários e inquilinos alcançam 60% dos imóveis comerciais, considerados os
mais afetados pela crise devido às restrições à abertura lojas e escritórios.
No caso dos contratos de aluguel dos imóveis residenciais, a AABIC registrou
uma taxa de renegociação de 19% da amostragem monitorada em carteira das
administradoras associadas à entidade.
Considerando que o Estado de São Paulo já passou
pelo período mais crítico de isolamento e suspensão das atividades, Graiche
Júnior projeta que o mercado tenha agora boas perspectivas para ensaiar uma
recuperação gradual. “O auge da crise, com a economia travada, foi um
período difícil para proprietários e locatários, mas conseguimos superar”,
pondera o dirigente. “Com a retomada, acreditamos que o mercado deve responder
com índices de inadimplência ainda mais baixos nos próximos meses”, conclui.
Condomínio também em dia
O levantamento da AABIC mostrou que a inadimplência
no pagamento dos boletos de condomínio também manteve patamar baixo e estável
no primeiro semestre. É o que mostra o Índice Periódico de Mora e Inadimplência
Condominial (IPEMIC), que teve média de 2,97% no acumulado dos seis primeiros
meses de 2020, ante 2,90% registrados no mesmo período do ano passado.
Considerando os índices do segundo trimestre de
2020 na comparação com igual período de 2019, a inadimplência variou de 2,84%
para 3,30%, oscilação que a associação também considera dentro da normalidade.
“Pagar o condomínio em dia continua sendo prioridade, sobretudo neste período
de isolamento domiciliar, que evidenciou ainda mais a importância da prestação
de serviços de qualidade dentro dos empreendimentos, como limpeza, segurança e
bom atendido”, avalia o presidente da AABIC.
Ainda segundo Graiche Júnior, outro fator
precedente à pandemia também ajuda a explicar os índices mais moderados. De
acordo com o dirigente, as famílias já vinham adaptando o orçamento doméstico
para um momento mais desafiador da economia. “Soma-se a isso uma política
de conscientização e contenção de gastos liderada pelas administradoras”, diz o
presidente. Segundo Graiche Júnior, as empresas intensificaram o apoio aos
síndicos na criação de alternativas para reduzir algumas despesas,
proporcionando aos empreendimentos a possibilidade de continuar oferecendo os
mesmos serviços aos condôminos sem a necessidade de reajustar as cotas
condominiais.
Associação das Administradoras de Bens Imóveis e
Condomínios de São Paulo (AABIC)
Nenhum comentário:
Postar um comentário