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segunda-feira, 15 de junho de 2020

Pais devem fazer uma interpretação equilibrada e não midiática sobre a pandemia

Estudos em casa
(Marcelo Matusiak)


Diálogo com as crianças e adolescentes é fundamental para estabelecer os cuidados necessários na prevenção da pandemia, sem que isso afete a saúde mental de todos


A capacidade do adulto de compreensão da enxurrada de notícias sobre a pandemia nos meios de comunicação é totalmente diferente de uma criança ou adolescente. A recomendação da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) é que os pais cumpram, neste momento, o importante papel de fazer o filtro adequado colocando os filhos a par de tudo que está acontecendo, sem deixar que os excessos assustem ou provoquem confusão na cabeça das crianças.

A pediatra e hebiatra da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Susana Estefenon, lembra que em primeiro lugar é fundamental conversar sobre essa nova realidade, não somente sobre a doença ou pandemia, mas sobre todo o cenário atual.

“É indispensável que haja um diálogo com as crianças e adolescentes explicando que muitas coisas não são para sempre, mas que isso vai durar um tempo. Temos que ter novos hábitos. Algumas dificuldades econômicas virão e isso precisa ser explicado adaptando às verdades segundo a capacidade de compreensão de acordo com a idade da criança. O que é fundamental é que o pai e mãe ou adulto responsável interprete essas notícias sobre a pandemia que em muitos casos são invasivas demais”, explica.

O tema vem sendo abordado no Grupo de Trabalho da Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria, do qual a médica gaúcha faz parte. A preocupação atual é que por meio das telas, isso tudo acaba ficando muito próximo de todos.

Alguns aspectos devem ser observados com atenção. O primeiro diz respeito às atividades habituais. Crianças e adolescentes não estão tendo aulas e sua ocupação habitual foi alterada. Outro ponto impactante é a convivência 24 horas desses adultos estressados e preocupados com tudo ao lado dos filhos. O lado bom é que muitos adultos descobriram o valor de poder trabalhar em casa e criar novas formas de convivência e união familiar.

“Vemos que a preocupação não é só dos infectologistas e epidemiologistas, mas de toda comunidade médica pela saúde física e mental. Como pediatras, estamos preocupados em como isso impacta na visão de mundo que essas crianças e adolescentes estão tendo. Antes, estávamos preocupados por não ter tempo para manifestar nosso afeto. Agora temos que aproveitar. Uma organização de atividades de estudos, por exemplo, terá um impacto significativo diminuindo a ansiedade e tirando a angústia.

É um grande momento para a família. Podemos fazer dessa grande crise, uma oportunidade de mudar nosso estilo de vida e a relação que temos com a tecnologia”, finaliza Susana.




Marcelo Matusiak

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