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quarta-feira, 27 de maio de 2020

Dólar alto antecipa vendas de soja de 2020 e 2021


 Divulgação
A moeda americana flertando com os R$ 6,00 fez com que, em média, 20% da safra para outras temporadas já fosse vendida


O dólar, que atualmente gira em torno de R$ 5,60, perto dos R$ 6,00, tem causado impulsos na venda das safras de soja não apenas deste ano, como de 2021 também, com a desvalorização cambial compensando as perdas em bolsa.

De acordo com Esalq/BM&FBovespa, calculado pelo Cepea, esta oleaginosa está cotada a menos de US$ 9 o bushel em Chicago – a saca negociada em Paranaguá (PR) supera R$ 95, com alta acumulada de 6,65% na parcial do mês de março.

Por conta desses baixos preços, de 20% a 33%, a depender da região, o esperado para as próximas temporadas já foi comercializado, o que aumenta as fixações em reais para o ano que vem.
Em todo o país, algumas regiões têm maiores percentuais dos seus custos em dólar do que outras, como o Centro-Oeste. Em Mato Grosso do Sul e Rondônia, há um percentual de custo em dólares bem maior do que no Sul.

O Mato Grosso está no topo da lista de estados nos quais a colheita de 2021 está mais adiantada. De acordo com os dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), 20,27% da safra estava comercializada até o último dia 9 de março. No mesmo período de 2019/2020, o valor observado era de 2,45%.


Trocas

A valorização do dólar em relação ao real ajudou no preço das exportações, mas também enfraqueceu e desacelerou a troca positiva por insumos, isso por conta da desvalorização da soja em dólar e da valorização internacional de fertilizantes.

Dados apurados pela INTL FCStone Inc., empresa de serviços financeiros customizados e gerenciamento de volatilidade, tendo como base o Porto de Paranaguá, no Paraná, demonstram que, desde o início do ano, o valor em dólar da ureia aumentou 10% e o do MAP, 17%. Diferentemente do cloreto de potássio (KCl), que teve baixa de 16%. Em reais, houve aumento de 16% na ureia, de 25% no MAP e queda de 9% no KCl.

Expectativas
Ainda para o final deste semestre, mais precisamente o início de junho, o que se espera é que as menores demandas façam as peneiras vibratórias das produções de soja diminuir o ritmo, acompanhando a baixa prevista para a movimentação do mercado, já que a participação dos países mais ativos no momento deve abaixar, podendo gerar um cenário mais favorável aos produtores de grãos do Brasil.



Rodolfo Milone

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