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quinta-feira, 30 de abril de 2020

PODE A COVID-19 CAUSAR AVC?


Neurocirurgião explica que pico da doença que pode acontecer nas próximas semanas pode também trazer esse novo cenário para dentro dos hospitais


A infecção por coronavírus ou a Covid-19 vem mostrando que pacientes podem apresentar quadros diversos, o que se torna um desafio no dia a dia dos hospitais. Existem vários relatos de formação de coágulos sanguíneos no organismo em pacientes infectados.

Os coágulos sanguíneos ou chamados também de trombos, são preocupantes. Eles podem levar a consequências graves, pois podem ir para as veias dos pulmões, levando à embolia pulmonar; coágulos formados no sistema arterial podem levar a infartos, AVC e isquemia arterial de algum membro.

O neurocirurgião Wanderley Cerqueira de Lima, que é coordenador de uma das equipes de neurocirurgia da Rede D’or de Hospitais e atua também no Hospital Israelita Albert Einstein, com mais de 30 anos de experiência em neurologia e neurocirurgia, explica que “a Covid-19 mostra que há um aumento da formação de coágulos em artérias e veias e há preocupações de que os tratamentos usuais com os anticoagulantes não atuem bem nesses pacientes com a infecção viral”, relaciona o médico.

Para o doutor Wanderley, “outra razão para atentar a essa possibilidade de relacionar a infecção pelo coranovírus e a formação dos coágulos, diz respeito ao fato de que os coágulos arteriais e venosos estão sendo diagnosticados em pacientes abaixo dos 30 anos, sendo que essa ocorrência é mais comum em população idosa”, diz.

Atualmente, as equipes médicas estão se deparando com a questão: “Então existe como prevenir e como tratar esses coágulos”? Doutor Wanderley diz que “com a Covid-19 todos nós temos alguma possibilidade de apresentar isquemia. Portanto, fica o alerta: ‘tempo é cérebro’”.


Por que “tempo é cérebro?”

É bem compreensível que algumas pessoas fiquem relutantes em ir aos hospitais neste período da pandemia da Covid-19, mas quando suspeita-se de sinais e sintomas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), as consequências de um atraso no diagnóstico e no tratamento neurológico podem ser sérias.

“Não hesite. Não retarde o diagnóstico e o tratamento, afinal as lesões podem ser permanentes. Por isso sempre digo que em casos assim “tempo é cérebro”, aconselha o neurocirurgião.

Caso surgir algum sintoma de isquemia cerebral, a procura por um hospital deve ser feita com a máxima urgência. “Porque o início dos primeiros sinais e sintomas, ocorrendo dentro de três horas será determinante para o diagnóstico e o tratamento neurológico adequados. É o que chamamos de ‘tempo porta-agulha’”, recomenda doutor Wanderley.

É preciso ficar alerta aos sinais e sintomas como fraqueza muscular súbita, adormecimentos, problemas na fala ou na visão, cefaleia súbita e intensa sem outras explicações.

Esses sintomas podem também estar presentes nos pacientes com a Covid-19, portanto atuar rapidamente é fundamental.

Para isso, quem está por perto deve fazer alguns testes simples que podem ajudar no diagnóstico quando chegar ao médico.

- Avaliando a face: Peça para o paciente esboçar um sorriso. Tem algum sinal de paralisia?

- Avaliando os braços: Peça para o paciente elevar os braços, tem algum sinal de que ele não consegue sustentá-los de forma adequada?

- Avaliando a fala: Peça ao paciente para repetir uma frase simples. A fala está estranha ou enrolada?

O importante é agir o mais rapidamente possível, afinal “tempo é cérebro”.




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