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terça-feira, 7 de abril de 2020

Judeus iniciam as comemorações do Pessach em 08 de abril


Por conta do Coronavírus, a Festa da liberdade será comemorada em isolamento


Na noite de 08 de abril, cerca de 120 mil judeus de todo o país dão início às comemorações do Pessach, a Páscoa Judaica. Porém, este ano, por conta da quarentena imposta em decorrência da pandemia do Coronavírus, a  celebração que valoriza a liberdade do ser humano e que marca a libertação do povo judeu da escravidão no Egito, será comemorada no confinamento e sem contato entre os familiares que não moram na mesma casa. 

 “Pessach é a festa da liberdade para os judeus, porém esse ano, ela será a festa da responsabilidade, onde vamos respeitar a quarentena e cuidar uns dos outros, respeitando a orientação das autoridades de forma a ajudar o Brasil a passar por este momento difícil”, destacou Luiz Kignel, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp),

Algumas sinagogas, como a Congregação Israelita Paulista (CIP) vão realizar o  Seder (cerimônia) comunitário on-line, conduzido por um rabino e um cantor litúrgico, com transmissão pelo site e redes sociais,  através de um aplicativo onde os participantes poderão ver e serem vistos. “Este Pessach será diferente de todos os outros. Nossa travessia do Mar Vermelho da pandemia será bem sucedida apenas se soubermos nos cuidar e cuidar dos outros. Abandonar a escravidão, este ano, é abandonar a apatia. E a Terra Prometida será a saída desta crise com uma sociedade mais humana, empática e justa”, frisou o rabino Michel Schlesinger.

A Sinagoga Beth El preparou uma Hagadá online (que narra a história de Pessach), além de uma playlist no Youtube com as principais orações e canções de Pessach, gravadas pelo Rabino Uri Lam e pela equipe litúrgica da  Sinagoga. Já na Comunidade Shalom, será realizado um Seder Comunitário na segunda noite de Pessach, com transmissão pelo Zoom, onde os participantes serão divididos em diversas salas, sempre com a participação de um rabino ou líder para conduzir a cerimônia. 

O Pessach é comemorado por oito dias, e durante esse período é proibido comer, beber ou ter posse de qualquer alimento fermentado, substituindo-se o pão e seus derivados por um pão ázimo e sem fermento chamado “matzá”, que relembra o Êxodo, quando o Povo de Israel fugiu do Egito apressadamente, e não houve tempo para o pão fermentar.

A celebração é marcada por dois jantares em dias seguidos, nos quais é lida na “Hagadá” (narração) a história da Páscoa Judaica, estimulando a participação das crianças da família. Os judeus têm por mandamento narrar às futuras gerações a libertação do Egito. Alimentos simbólicos são colocados em um prato especial (“keará”) em frente ao lugar do chefe da família. Ao lado deste, coloca-se uma vasilha com água salgada para lembrar as lágrimas derramadas durante o período de escravidão. Nessa água, devem ser molhadas todas as verduras antes de serem levadas à boca.


Conheça a simbologia dos alimentos de Pessach:

Matzá   alimento básico do Pessach, é uma espécie de bolacha  não fermentada feita de farinha de trigo e água, sem sal nem açúcar.  A matzá relembra o pão da miséria que foi comido na terra do Egito e desperta a consciência de que ainda há muitas pessoas desprivilegiadas nos dias de hoje.


Zeroá - Pedaço de osso de cordeiro ou galinha grelhado - simboliza o poder com que Deus tirou os judeus do Egito e recorda o carneiro pascal. 


MarorEscarola ou raiz forte - erva amarga que remete ao sofrimento dos judeus escravos no Egito. 


Charosset - Mistura de nozes, canela, cravo,  passas , maçã e vinho tinto- representa a argamassa com a qual os judeus trabalhavam nas construções das edificações do faraó. 


Beitzá  - Ovo cozido – simboliza  uma lembrança do sacrifício que se oferecia em cada festividade. 


Karpass Salsão -  A verdura molhada em vinagre ou água salgada remete  ao difícil sabor do “Êxodo”. 



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