Por conta do Coronavírus, a Festa da liberdade
será comemorada em isolamento
Na noite de 08 de abril, cerca de 120 mil judeus de todo o país dão início às
comemorações do Pessach, a Páscoa Judaica. Porém, este
ano, por conta da quarentena imposta em decorrência da pandemia do Coronavírus,
a celebração que valoriza a
liberdade do ser humano e que marca a libertação do povo judeu da escravidão no
Egito, será comemorada no confinamento e sem contato entre os familiares que
não moram na mesma casa.
“Pessach é a festa da liberdade para os
judeus, porém esse ano, ela será a festa da responsabilidade, onde vamos
respeitar a quarentena e cuidar uns dos outros, respeitando a orientação das
autoridades de forma a ajudar o Brasil a passar por este momento difícil”,
destacou Luiz Kignel, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp),
Algumas
sinagogas, como a Congregação Israelita Paulista (CIP) vão realizar
o Seder (cerimônia) comunitário
on-line, conduzido por um rabino e um cantor litúrgico, com transmissão
pelo site e redes sociais, através de um
aplicativo onde os participantes poderão ver e serem vistos. “Este Pessach será
diferente de todos os outros. Nossa travessia do Mar Vermelho da pandemia será
bem sucedida apenas se soubermos nos cuidar e cuidar dos outros. Abandonar a
escravidão, este ano, é abandonar a apatia. E a Terra Prometida será a saída
desta crise com uma sociedade mais humana, empática e justa”, frisou o rabino
Michel Schlesinger.
A
Sinagoga Beth El preparou uma Hagadá online (que narra a história de
Pessach), além de uma
playlist no Youtube com as principais orações e canções de Pessach, gravadas
pelo Rabino Uri Lam e pela equipe litúrgica da
Sinagoga. Já na Comunidade Shalom, será realizado um Seder
Comunitário na segunda noite de Pessach, com transmissão pelo Zoom, onde os
participantes serão divididos em diversas salas, sempre com a participação de
um rabino ou líder para conduzir a cerimônia.
O Pessach é
comemorado por oito dias, e durante esse período é proibido comer, beber ou ter
posse de qualquer alimento fermentado, substituindo-se o pão e seus derivados
por um pão ázimo e sem fermento chamado “matzá”, que relembra o
Êxodo, quando o Povo de Israel fugiu do Egito apressadamente, e não houve tempo
para o pão fermentar.
A celebração é marcada por
dois jantares em dias seguidos, nos quais é
lida na “Hagadá” (narração) a história da Páscoa Judaica,
estimulando a participação das crianças da família. Os judeus têm por mandamento narrar às futuras gerações a
libertação do Egito. Alimentos
simbólicos são colocados em um prato especial (“keará”) em
frente ao lugar do chefe da família. Ao lado deste, coloca-se uma vasilha com
água salgada para lembrar as lágrimas derramadas durante o período de
escravidão. Nessa água, devem ser molhadas todas as verduras antes de serem
levadas à boca.
Conheça a simbologia dos alimentos de Pessach:
Matzá – alimento básico do Pessach,
é uma espécie de bolacha não fermentada
feita de farinha de trigo e água, sem sal nem açúcar. A matzá relembra o pão da
miséria que foi comido na terra do Egito e desperta a consciência de que ainda
há muitas pessoas desprivilegiadas nos dias de hoje.
Zeroá -
Pedaço de osso de cordeiro ou galinha grelhado - simboliza o poder com que Deus tirou os judeus do Egito e
recorda o carneiro pascal.
Maror – Escarola
ou raiz forte - erva amarga que remete ao sofrimento dos judeus escravos no
Egito.
Charosset - Mistura de nozes, canela, cravo, passas , maçã e vinho tinto- representa a
argamassa com a qual os judeus trabalhavam nas construções das edificações do
faraó.
Beitzá - Ovo cozido
– simboliza uma lembrança do sacrifício
que se oferecia em cada festividade.
Karpass – Salsão - A verdura molhada em vinagre ou água salgada
remete ao difícil sabor do “Êxodo”.
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