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terça-feira, 7 de abril de 2020

Como escolher um pescado de qualidade para as celebrações de Páscoa


Os médicos-veterinários do CRMV-SP orientam sobre cuidados fundamentais que o consumidor deve ter na hora de comprar a proteína


O período da Semana Santa, principalmente a sexta-feira que antecede o domingo de Páscoa, é tradicionalmente o de maior consumo de peixe em todo o País. Há uma grande preferência por bacalhau, mas o consumo passa por diversas outras variedades, como tilápia, linguado e salmão. Por isso, é muito importante orientar a população sobre os cuidados na hora de comprar e conservar o peixe ou outros tipos de frutos-do-mar, para evitar intoxicações e demais problemas de saúde.

O processo de conservação do peixe inicia muito antes de chegar ao consumidor final nos supermercados e peixarias. Para maior durabilidade, a carne de peixe fresco exige temperatura próxima de 0°C e a congelada de 18°C. Se for comprado fresco, a aparência geral do peixe deve ser de pele brilhante, tonalidade viva e ausência de muco espesso, orienta o médico-veterinário Wander Dias, da Comissão Técnica de Alimentos (CTA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

"As escamas devem estar firmes, com brilho e bem aderidas ao pescado, os olhos devem ocupar toda a órbita, estarem brilhantes e salientes. As brânquias devem estar úmidas e avermelhadas. A carne deve ser firme e elástica, não deixando impressão duradoura à pressão dos dedos, e o odor deve apresentar-se suave e característico", afirma Dias.

Caso esteja congelado, o consumidor deve observar os dados e a integridade da embalagem, sugere o médico-veterinário Ricardo Calil, presidente da CTA do CRMV-SP. Dessa forma, segundo o profissional, o comprador identifica a origem do produto, a faixa de temperatura para manter o alimento seguro e, claro, o prazo de validade. Casos, por exemplo, com presença de gelo no interior de embalagens podem ser indício de ter ocorrido processo de descongelamento e recongelamento do produto, indicando deficiência da temperatura de conservação.
“É importante, ainda, saber se o produto passou pela inspeção oficial, para garantir a segurança do pescado", ressalta Calil. A orientação é que o pescado seja o último produto a ir para o carrinho de compras e, no caso, de compras on-line, é preciso atenção a conservação geral do produto.


Bacalhau e moluscos

O bacalhau é o mais tradicional dos peixes consumidos na Páscoa. De acordo com o médico-veterinário Wander Dias, a proteína tem características particulares de conservação, que merecem a atenção do consumidor na hora da compra. "O bacalhau deve apresentar a superfície devidamente seca, não pode estar pegajoso ou apresentar limosidade e bolor.”

Já o médico-veterinário Ricardo Calil enfatiza que o cuidado com a procedência é outro fator muito importante. O bacalhau verdadeiro, como explica, é o gadus morhua (Cod), também denominado de Porto. “Alguns estabelecimentos comercializam o gadus macrocephalus, que é semelhante com o verdadeiro. A diferença, porém, é que este outro não se desfaz em lascas e tem uma carne fibrosa, por isso, deve ter um preço abaixo do gadus morhua, que é o verdadeiro”, alerta Calil.

As demais espécies comercializadas, como ling, zarbo ou saithe, não são consideradas como bacalhau, mas sim peixes salgados secos. “Portanto, fique atento, pois eles devem ser comercializados a preços bem menores", orienta.

Observar a procedência é uma regra que vale para os moluscos também. Ela atesta se o pescado é ou não oriundo de áreas impróprias para pesca. Por serem filtradores da água, têm mais chances de abrigar bactérias ou substâncias danosas à saúde da população. "Moluscos como ostras, mariscos, mexilhões, siris e caranguejos, precisam estar vivos na hora da compra, para garantir que estejam frescos e em condições ideais para consumo.”, finaliza o presidente da Comissão Técnica de Alimentos do CRMV-SP.






Sobre o CRMV-SP
O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do estado de São Paulo, com mais de 39 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.


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