O
câncer mais comum no Brasil e no mundo é o de pele que representa cerca de 33%
de todos os tipos de tumores. Só no Brasil, estão estimados para o ano de 2020
176.930 novos casos, sendo 83.770 em homens e 93.160 em mulheres, segundo dados
do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Mas como buscar a vitamina D no sol com
segurança? Segundo o oncologista Vinícius Corrêa da Conceição, do Grupo SOnHe –
Sasse Oncologia e Hematologia, devemos ter em mente que o equilíbrio e bom
senso são necessários e fundamentais para tirarmos o melhor proveito dessa
fonte inigualável de energia sem comprometer nossa saúde.
“O
sol é fundamental em vários processos metabólicos do nosso organismo, como na
ativação e produção do calcitriol (forma ativa da vitamina D), que além de
regular a saúde óssea também influencia em algumas reações enzimáticas
relacionadas a chamada homeostase ou equilíbrio do nosso corpo. No entanto, os
mesmos raios solares que são fundamentais a manutenção da nossa saúde, também
estão associados a uma série de danos na pele, como envelhecimento precoce, aparecimento
de manchas e rugas e o tão temido câncer de pele”, explica o médico.
O fato é que precisamos de vitamina D ativa para regular
diversas funções do organismo fundamentais da nossa saúde. Segundo o
especialista, a exposição solar é necessária para a produção dessa vitamina tão
importante. “O problema está na
exposição excessiva ao sol ao longo da vida que vai causando danos na pele com
lesões no DNA da célula, o que aumenta a chance do aparecimento do câncer. E
engana-se quem acha que a exposição ao sol durante os fins de semana, na
piscina ou praia seja o único inimigo. O sol do dia a dia, quando saímos de
casa para o trabalho, supermercado, shopping, também causa danos”, afirma.
Mas
como equilibrar a necessidade de se expor ao sol evitando os danos nocivos que
os raios UVA e UVB podem causar? As principais recomendações do oncologista é a
exposição ao sol por 10 a 15 minutos ao dia para as pessoas de pele clara e de
30 a 40 minutos para as pessoas de pele negra (lembrando que as pessoas de pele
negra têm mais dificuldade em produzir vitamina D). “Essa exposição deve ser
antes das 9 horas da manhã ou após as 16 horas. O ideal é que seja sem o uso de
protetor solar em alguma parte do corpo, idealmente nos braços ou pernas”,
recomenda Dr. Vinícius.
Outra
recomendação do médico é que a exposição seja direta, sem interposição de
vidros ou janelas. “O vidro das portas ou janelas bloqueia em parte a passagem
dos raios UVB, necessários à vitamina D. Mas, como vivemos em um país tropical
com grande incidência de raios solares na maior parte do ano, as chances de
deficiência de vitamina D são menores e, portanto, os cuidados com a pele para
prevenção do câncer e do envelhecimento precoce devem ser lembrados”, afirma
Dr. Vinícius.
Entretendo,
de acordo com o médico, deve-se ter muito cuidado com os excessos de vitamina
D, que podem causar sérios problemas no organismo. “Na área médica, muito
tem se discutido sobre a suplementação em excesso dessa vitamina que vem
causando uma corrida muitas vezes desenfreada por níveis cada vez mais elevados
no sangue nem sempre de forma adequada. E um dos danos, é calcificação dos
rins, podendo levar, inclusive, a uma parada de seu funcionamento. Por isso, como tudo na vida, a palavra chave é equilíbrio.
Devemos estar em contato com o sol e os raios UVA e UVB para manutenção de
nossa saúde, mas esse contado deve se dar de forma regrada para que possamos
tirar o melhor proveito daquilo que a natureza nos fornece gratuitamente
evitando os excessos ou modismos”, finaliza o especialista.
Vinícius Correa da Conceição - oncologista graduado pela Unicamp, visiting
fellow no serviço de oncologia do Instituto Português de Oncologia (IPO).
Médico assistente da Oncologia da Unicamp, com função docente junto aos
graduandos da medicina e residentes da disciplina de oncologia. Como membro do
Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia, Vinícius é oncologista do
Instituto Radium de Campinas e do Hospital Santa Tereza. Membro titular da
Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e da Sociedade Europeia de
Oncologia (ESMO).
Grupo
SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia
Redes
Sociais @gruposonhe
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