Criação
de animais silvestres para alimentar o mercado de compra e venda é apontada
como a principal causadora da propagação do coronavirus
A Proteção Animal Mundial, organização não-governamental que atua
em prol do bem-estar animal, se posiciona contra a criação e o comércio de
animais silvestres em todo o mundo. A caça de animais em seu habitat natural ou
a criação intensiva de espécies proporcionam um ambiente propício para o
surgimento e proliferação de diversos vírus, como, por exemplo, a recente pandemia
de coronavírus.
Neil D’Cruze, head global de vida silvestre na Proteção Animal
Mundial pontua que, apesar de a China estar revisando a sua lei de criação e
comércio de vida selvagem, a prática deve acabar e ser combatida em todo o
mundo. “Os mercados de compra e venda de espécies silvestres – lotados de
pessoas e animais silvestres – são uma bomba-relógio para epidemias mortais de
saúde. Como estamos vendo no surto de coronavírus, este é um problema global,
pois, quando acontecem, esses vírus são extremamente difíceis de conter,
colocando toda a população mundial em risco”, afirma.
Os animais que fomentam este comércio são caçados na natureza ou
são mantidos enclausurados, vivendo para a produção intensiva. “Essas espécies
são colocadas em gaiolas apertadas e mantidas em condições precárias, sem
nenhum tipo de higiene, com pouco acesso à alimentos, luz solar ou um ambiente
similar com o seu habitat natural. Essa condição é um viveiro letal de doenças,
além de causar enorme sofrimento aos animais”, pontua D’Cruze.
Recente pesquisa da Universidade de Agricultura do sul da China
apontou o pangolim, pequeno mamífero em extinção, como um possível
“hospedeiro-intermediário” do coronavírus. Apesar da ameaça, todos os anos mais
de 100 mil pangolins são comercializados ilegalmente na Ásia e na África – sua
carne é muito apreciada por chineses e vietnamitas e, suas escamas e órgãos,
são utilizados para a medicina tradicional asiática.
Por isso, a Proteção Animal Mundial se posiciona contra a criação
intensiva de animais, além de recomendar a todos os governos leis mais duras
contra o comércio e tráfico de animais silvestres. “Animais silvestres
pertencem à natureza. A proibição permanente do comércio de animais é a solução
para eliminar o sofrimento das espécies, mantendo-as em seu habitat natural e
evitando assim, grandes epidemias de saúde”, finaliza Neil D’Cruze.
Sobre a Proteção Animal Mundial (World Animal Protection)
A Proteção Animal Mundial move o mundo para proteger os animais por
mais de 50 anos. A organização trabalha para melhorar o bem-estar dos animais e
evitar seu sofrimento. As atividades da organização incluem trabalhar com
empresas para garantir altos padrões de bem-estar para os animais sob seus
cuidados; trabalhar com governos e outras partes interessadas para impedir que
animais silvestres sejam cruelmente negociados, presos ou mortos; e salvar as
vidas dos animais e os meios de subsistência das pessoas que dependem deles em
situações de desastre. A organização influencia os tomadores de decisão a
colocar os animais na agenda global e inspira as pessoas a mudarem a vida dos
animais para melhor. Para mais informações acesse: www.protecaoanimalmundial.org.br.
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