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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Especialista alerta sobre aumento de casos de esteatose hepática


O maior fator predisponente da doença é a obesidade
 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A estimativa é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos apresentem sobrepeso, e mais de 700 milhões estejam obesos. No Brasil, algumas pesquisas mostram que mais de 50% da população está acima do peso e 80% dos pacientes com sobrepeso têm esteatose hepática, doença caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado.
O cirurgião gastroenterologista Dr. Marcos Belotto, membro da Sociedade Brasileira de Gastroenterologia, alerta sobre o aumento do número de pacientes que se tornam cirróticos por indução da esteatose hepática. "O acúmulo de gordura nas células do fígado pode gerar um processo inflamatório que ocasiona a morte dessas células e o fígado começa a apresentar fibrose. Isso significa que a esteatose hepática evoluiu para esteato-hepatite. Este estágio é bem mais preocupante, pois sem tratamento adequado e rigoroso, o quadro progride para a cirrose hepática ou câncer de fígado".
O especialista explica que, no Brasil, a cirrose hepática é um problema de saúde grave que pode levar a óbito, uma vez que o único tratamento é o transplante e a fila de espera é muito grande.
Belotto ainda destaca que a esteatose hepática é uma doença silenciosa, sem sintomas e basicamente tem quatro graus. "Os hábitos alimentares dos brasileiros estão cada vez mais parecidos com os da população americana. Nos Estados Unidos, entre 60 e 70% dos americanos possuem algum grau de esteatose hepática. Para reverter o quadro ou evitar a patologia é necessário controlar o colesterol alto e a glicemia, adotando um estilo de vida saudável, incluindo alimentação equilibrada e atividade física. Esta é única maneira de desinflamar as células, não existe medicamento específico", esclarece.
De acordo com Dr. Marcos, carboidratos brancos, gorduras e o açúcar são alimentos que devem ser evitados. A patologia atinge pessoas de qualquer faixa etária. No entanto, a maior incidência ocorre entre os pacientes acima dos 30 anos, pois nesta fase da vida há aumento do nível de colesterol e do açúcar no sangue devido ao envelhecimento.
O diagnóstico da doença é feito através de exames de imagem e laboratoriais. Além da obesidade, outras condições podem desencadear a esteatose hepática como, consumo de álcool, diabetes mellitus e fatores genéticos.


Fonte: Dr. Marcos Belotto - especialista em gastro-oncologia. Atua como médico chefe da cirurgia do Hospital Sírio-Libanês e médico do Núcleo de Fígado, além de ter sua própria clínica e ser professor na Santa Casa. 

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