Sociedade
Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) alerta sobre a dificuldade da
prevenção de novos casos; câncer infantil é a segunda causa de morte entre um e
19 anos de idade no país
O câncer infantojuvenil deve acometer cerca de 10 mil crianças e adolescentes no
ano de 2020 no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia
Pediátrica (SOBOPE). Com a diminuição de causas de mortalidade associadas à
desnutrição e doenças que podem ser prevenidas com vacinas, o câncer
infantojuvenil emergiu como a segunda maior causa de morte entre um e 19 anos
de idade no país, perdendo apenas para causas externas como acidentes e
homicídios.
“Diferente do que acontece com um percentual
significativo de neoplasias que acometem os adultos, é quase impossível
prevenir o surgimento de novos casos, uma vez que eles não estão associados a
fatores de risco conhecidos, como tabagismo, e somente cerca de 10% dos casos têm alguma relação com
doenças hereditárias”, explica o presidente da SOBOPE, Dr. Cláudio Galvão.
Segundo
Dr. Cláudio, o Brasil não possui nenhuma política formal de atendimento ao
câncer infanto-juvenil, que acaba sendo indevidamente agrupado com outros tipos
de câncer, como os que acometem adultos, com epidemiologia e tratamentos completamente
diferentes. Além disso, nenhuma política dedicada à infância e adolescência
contempla esses pacientes.
“Nesse
aspecto o Brasil está atrasado em relação a outros países na América Latina,
como o Chile e a Colômbia, com programas mais avançados. Em setembro de 2018 a
Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma Iniciativa Global para o
tratamento do Câncer Infantil do qual o Brasil ainda não faz parte”, afirma o
presidente da entidade. “Precisamos urgentemente de uma política nacional de
combate e tratamento ao câncer infantojuvenil”.
Na
análise do presidente da SOBOPE, quem se destaca no atendimento desses
pacientes atualmente são os oncologistas pediatras, muitos deles acumulando
plantões e outros empregos para atender os diversos pacientes ao redor do país.
Em sua visão o Brasil conta com um forte papel das instituições de apoio,
muitas delas oferecendo alojamentos, transporte e cestas básicas para pacientes
e familiares, diminuindo significativamente taxas de abandono do tratamento, o
que há alguns anos era um grande problema. “Também se destacam os esforços de
Hospitais Filantrópicos e muitas Santas Casas para atender adequadamente essa
população”, conclui.
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