Imagina que máximo seria abrir uma plataforma com
vários filtros por localização, idade, perfil, objetivos de carreira e todas as
informações sobre a empresa que está oferecendo uma vaga? Não ter que perder
semanas ou até meses em um processo seletivo para descobrir só no fim que você
não era o candidato mais adequado para as expectativas da companhia? Hoje, e
cada vez mais, vivemos a Era Digital, em que o lema é: “se dá para resolver
pela internet, melhor”. Ninguém mais quer saber de longas ligações, muito
menos sair de casa, pegar trânsito, gastar com transporte. Tratando-se de uma
situação de desemprego, é ainda mais grave: tempo é realmente dinheiro.
Para otimizar os processos seletivos, muitas
empresas têm adotado aplicativos ou sites com uma tecnologia chamada
gamificação. Alguns exemplos são a fabricante de alimentos Nestlé e a
siderúrgia Gerdau, ambas de grande porte. Incorporada do universo dos
jogos, digitais ou não, ela parte do princípio de que é possível aprender e
transmitir conhecimento na forma de quizzes, games interativos, podcasts,
fóruns, etc. No caso do processo de recrutamento, essas
ferramentas funcionam como um “Tinder do emprego”, unindo empresas e candidatos
por interesses mútuos e tornando o relacionamento entre eles mais honesto,
claro e direto.
As vantagens, para empresas e candidatos, se
sustentam em três pilares principais.
Tempo: As grandes companhias, nas quais se
encontram as melhores vagas, com benefícios e salários tentadores, geralmente
contam com empresas externas que organizam seus processos seletivos. Por se
tratar de cargos de grande responsabilidade, eles costumam durar várias fases,
que incluem avaliações, atividades, dinâmicas de grupo e entrevistas com equipe
de Recursos Humanos e diretores. Para quem foi selecionado no final,
ótimo - mas e quem perdeu todo esse tempo para, muitas vezes, nem
receber um “obrigado pela participação”? É uma realidade que precisa mudar.
Agilidade: É muito prático
resolver tudo pelo celular. As gerações mais novas já entendem bem dessa
lógica, aproveitando ao máximo serviços de entrega de refeição por aplicativo,
aluguel de bicicletas, transporte, etc. Por que deveria ser diferente ao
procurar um emprego? O ambiente digital confere mais agilidade aos processos e
é confortável para os usuários, ajuda a aliviar a pressão. Se desenvolvido por
uma equipe de TI e de Recursos Humanos qualificadas, um aplicativo gamificado
tem grande potencial para ser agradável e possibilitar que o candidato mostre
qualidades que, muitas vezes, ele não conseguiria pessoalmente, por timidez ou
nervosismo do momento.
Assertividade: Boa
parte dos aplicativos gamificados permitem criar algoritmos que mostram para as
empresas os usuários que mais se adequaram ao perfil pré-estabelecido por elas.
Que qualidades ele deve ter? Deve ser mais cauteloso ao tomar decisões ou a
vaga permite alguém mais proativo? Tudo isso é possível configurar e analisar,
inclusive, soft-skills e hard-skills. Desta forma, os candidatos
que chegarem à fase final, de entrevista pessoalmente, serão realmente os mais
adequados para a proposta da empresa, tornando o processo mais assertivo.
Já é hora das empresas entenderem a realidade dos
candidatos, ao mesmo tempo que estes precisam aprender a selecionar melhor as
vagas que almejam preencher. Ambos precisam entender que vivem uma relação de
troca e precisam ser igualmente bons uns para os outros. Com a gamificação,
empresas de todos os portes podem unir o útil ao agradável, selecionando melhor
seus funcionários. No caso das pequenas e médias, isso é ainda mais importante,
já que é possível que toda a equipe tenha que conviver com
frequência - isso só dará certo se todos estiverem com o propósito
alinhado. Por todas essas vantagens, a gamificação - ou o Tinder do
emprego - deve se tornar cada vez mais uma tendência!
Wanderson
Leite - formado em administração de empresas pelo Mackenzie e fundador das
empresas ProAtiva, app de treinamentos corporativos digitais, ASAS VR, startup
que leva realidade virtual para as empresas e escolas; e Prospecta Obras,
plataforma de relacionamento do segmento de construção civil.
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