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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Como diferenciar doenças respiratórias comuns de um eventual caso de gravidade do coronavírus

Lavar bem as mãos é um cuidado básico indispensável
(Freepik)
Disseminação do vírus no mundo reforça cuidados importantes que precisam ser seguidos para prevenir esta e outras doenças respiratórias igualmente graves


O noticiário internacional traz, a cada dia, novos dados e estatísticas preocupantes em relação a disseminação do novo coronavírus, que teve os primeiros casos originados na China e começam a se espalhar por diversos países. Ao mesmo tempo em que é preciso controlar o pânico, cuidados preventivos e cautela não podem ser dispensados.

Um dos desafios é diferenciar o quadro de outras doenças dos casos de coronavírus. Além dos sintomas mais conhecidos como febre, tosse, dor de garganta e dores pelo corpo, os casos graves estão acompanhados de dificuldade para respirar, dor ao inspirar e ao expirar, e respiração acelerada com sensação de falta de ar. Segundo o diretor científico e cultural da AMRIGS, e especialista em Medicina de Família e Comunidade, Marcos Vinícius Ambrosini Mendonça, estes casos são suspeitos de infecção respiratória aguda grave, muito similares a uma pneumonia.


Para quem vai viajar

Algumas recomendações são importantes para quem vai viajar, ainda mais na época de férias. Independentemente do destino, os aeroportos exigem cuidado redobrado por serem espaços de alto contágio e vulneráveis à transmissão de infecções. São locais fechados de uso coletivo, circulação de pessoas de várias localidades do mundo. Por isso, as medidas de proteção são fundamentais para inativar os micro-organismos e evitar a sua transmissão.

“Como ainda não se sabe a forma de transmissão do novo coronavírus, seguimos os cuidados de proteção respiratória. Durante a viagem, siga as seguintes recomendações: lave bem as mãos com sabão por pelo menos 20 segundos; se não houver água e sabão, pode ser usado álcool gel. Aprenda a fazer a higienização das mãos corretamente, contemplando toda a área das mãos e dedos. Use lenço descartável para higiene nasal e higienize as mãos após. Utilize papel higiênico ou lenço de papel descartável para fechar torneiras e portas nos banheiros após lavar as mãos. Cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir e evite tocar nas mucosas dos olhos. Em momentos de epidemia como este, não compartilhe objetos de uso pessoal”, recomenda o médico.

Os casos suspeitos devem ser mantidos em isolamento monitorado enquanto a pessoa apresentar sintomas. Esta é a única medida capaz de evitar completamente a transmissão do vírus, já que não há vacina ou tratamento específico até o momento.

A médica infectologista e associada da AMRIGS, Anelise Pezzi Alves, alerta que, por ser um vírus novo em circulação, ninguém ainda tem imunidade a ele.

“A maioria das infecções são leves, uma minoria complica e menos de 3% dos pacientes com infecção vão a óbito. Os pacientes que tem infecção grave são idosos na média de 75 anos e já portadores de alguma outra doença. As pessoas devem ter o cuidado de lavar as mãos frequentemente com água e sabonete, ou higienizar com álcool gel 70%. Além disso, de preferência não permanecer em ambientes sem ventilação e evitar aglomerações. Quem estiver com gripe deve ficar em casa, em ambiente ventilado e arejado, e os familiares devem lavar as mãos após o contato. Quem espirrar ou tossir, deve colocar o cotovelo perto da boca e seguir a etiqueta respiratória”, explica.


O que é coronavírus?

O coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (nCoV-2019) foi descoberto em 31 de dezembro de 2019, após casos registrados na China. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, até 03 de fevereiro de 2020, são 15 casos suspeitos em investigação para o coronavírus (nCoV-2019) em sete estados, mas nenhum deles foi confirmado. São Paulo é o que, neste momento, apresenta mais casos suspeitos: são 7 em investigação.

Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identificada em 2002, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), identificada em 2012.




Marcelo Matusiak


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