Mais de 11 milhões de doses da vacina tríplice
viral serão enviadas para atender demanda da 2ª etapa da Campanha de Vacinação
contra o Sarampo. A vacina é a principal forma de prevenir a doença
Começa nesta segunda-feira (18) a segunda etapa da
Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo. O foco desta vez são os
adultos jovens entre 20 a 29 anos, faixa etária que acumula o maior número de
casos confirmados de sarampo, de acordo com o último boletim epidemiológico.
São mais de 9 milhões de adultos jovens não vacinados contra a doença ou com o
esquema vacinal incompleto, que deve ser com duas doses da vacina.
O lançamento da campanha foi feito nesta
segunda-feira (18), em Brasília, pelo ministro interino do Ministério da Saúde,
João Gabbardo, e pelo secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira.
A realização dessa etapa da campanha é importante para interromper a cadeia de
transmissão do vírus do sarampo em jovens desta faixa etária que não tomaram as
duas doses da vacina. A campanha faz parte das ações do Movimento Vacina Brasil
e o dia D acontecerá no dia 30 de novembro, mesmo dia que a campanha se
encerra.
“Nesta etapa, precisamos atingir uma faixa etária
que dificilmente adoece e, consequentemente, não costuma visitar os postos de
saúde. Então, a estratégia de vacinação também é diferente porque precisamos ir
até essa população. Solicitamos aos gestores que se articulem com escolas,
universidades, comerciantes e promovam vacinação volante. Essa faixa etária é a
maior responsável pela transmissão da doença e, para interromper a cadeia de
transmissão de sarampo, precisamos atingir esse público”, destaca o ministro
interino da Saúde, João Gabbardo, que também alerta: “As pessoas dessa faixa
etária precisam pensar naqueles que são mais suscetíveis às complicações da
doença. Neste público, problema não é a gravidade, mas o fator de transmissão da
doença”, concluiu o ministro interino.
Para atender a demanda, o Ministério da Saúde
enviou 5,2 milhões de doses extras da vacina tríplice viral aos estados em
outubro. Além disso, há 2,3 milhões de doses, enviadas durante a primeira etapa
da campanha, em estoque dos estados. Para novembro, está prevista a entrega de
mais de 4 milhões de doses pelos fornecedores, que serão enviadas aos estados
conforme a necessidade, totalizando 11,3 milhões de doses extras. A vacinação
direcionada para este público reduz a possibilidade de aglomeração nas Unidades
de Saúde em decorrência da procura da vacina.
Para o secretário de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, ainda é preciso esclarecer que há
recomendações importantes às gestantes, que não podem tomar a vacina durante a
gestação, mas que precisam se proteger antes de engravidarem. “Caso a mulher
esteja grávida ao tomar a vacina, a recomendação é que seja feito
acompanhamento. O público de 20 a 29 anos comporta um grande número de mulheres
em idade fértil e é importante que se vacinem, caso não estejam grávidas”,
afirma.
Vale lembrar que o surto de sarampo ainda se
encontra em atividade no país. Atualmente, 5.660 casos foram confirmados e 19
estados se encontram em transmissão ativa. A maioria dos casos (90,5%) estão
concentrados em 176 municípios (27%) do estado de São Paulo, principalmente na
região metropolitana. De janeiro deste ano a 26 de outubro, 10.429 casos de
sarampo foram confirmados em todo o Brasil. Os dados acumulados são de surtos
da região norte do país, iniciado em fevereiro de 2018 e iniciado em São Paulo
por um navio, em maio deste ano.
Embora a operacionalização da segunda etapa da
campanha seja realizada de acordo com a realidade de cada localidade,
especialmente no que se refere a recursos humanos e logísticos, para facilitar
o acesso do público-alvo, a vacinação pode ser oferecida em lugares
estratégicos de concentração de pessoas, como centros comerciais, religiosos,
praças, praias, rodoviárias, empresas, instituições de ensino, entre outros. Em
áreas de difícil acesso, também é possível organizar postos móveis com
participação de líderes e agentes comunitários de saúde. Além disso, a
vacinação de puérperas por ser promovida em maternidades. Outra estratégia para
fortalecer o acesso à vacinação pode ser a abertura de postos de vacinação aos
sábados, domingos ou em horários ampliados.
AÇÕES
EFICAZES, METAS ALCANÇADAS
A Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo é
uma estratégia para interromper a circulação do vírus da doença no país e
acontece de forma seletiva em duas etapas. A primeira etapa aconteceu no
período de 7 a 25 de outubro com objetivo de proteger as crianças de 6 meses a
5 anos, grupo mais vulnerável às complicações, sequelas e óbitos. O Brasil
atingiu a meta de vacinação de sarampo de 2019 com 97% de cobertura vacinal em
crianças de até 1 ano, melhor cobertura vacinal dos últimos cinco anos.
Dezesseis estados superaram o índice de 95% das crianças vacinadas. Outros 10
estados e o Distrito Federal ainda precisam buscar a meta para evitar a doença.
Os estados que atingiram a meta de vacinação são: Alagoas, Minas Gerais, Mato
Grosso do Sul, Pernambuco, Espírito Santo, Ceará, Paraná, Santa Catarina,
Sergipe, Rio Grande do Sul, Tocantins, Goiás, São Paulo, Rondônia, Rio Grande
do Norte e Paraíba. Em relação aos municípios, 34,5% (1.923) precisam reforçar
os esforços para atender a meta de vacinação.
MAIS
RECURSOS PARA COMBATE AO SARAMPO
O Ministério da Saúde já disponibilizou R$ 103
milhões (metade do bônus de R$ 206 milhões) criado para incentivar os
municípios brasileiros a vacinar em massa crianças entre seis meses e cinco
anos de idade. O dinheiro foi repassado no dia 18 de outubro para os fundos
municipais de saúde, de acordo com o tamanho da população de cada cidade.
O plano, feito pelo Ministério da Saúde, é premiar
os municípios que cumpram metas em relação à vacinação. A outra metade do
bônus, outros R$ 103 milhões, portanto, só será liberada para aqueles que
alcançarem 95% de cobertura vacinal da primeira dose da tríplice viral em
crianças de 12 meses de idade e também informar ao Ministério e à Secretaria
Estadual de Saúde do estoque das vacinas de poliomielite, tríplice viral e
pentavalente guardadas nas unidades de saúde.
Vanessa Aquino
Agência Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário