Família necessita de
suporte psicológico e deve estar preparada para mudanças radicais na rotina
O nascimento antes do
tempo previsto é carregado de dúvidas e surpresas. Dedicada à conscientização
sobre a prematuridade de crianças, a Campanha Novembro Roxo ressalta a
necessidade dos cuidados redobrados a essa realidade. Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 30 milhões de bebês nasçam prematuramente
a cada ano em todo o mundo.
A médica pediatra Ana
Fonseca explica que todo bebê que nasce com menos de 37 semanas de gestação, ou
seja, 36 semanas e seis dias, é considerado prematuro. As causas para o
nascimento antes do período normal podem estar ligadas a diferentes fatores,
como hipertensão, diabetes gestacional, gestação de múltiplos, idade materna
(mais que 35 anos ou mães adolescentes), doenças uterinas, como mioma, câncer
de colo de útero, infeção urinária e doenças sexualmente transmissíveis.
Ana ressalta que os
suportes familiar e psicológico são fundamentais nesses casos. “Como pais,
gostaríamos de privar nossos filhos de sofrimentos. Recebê-los neste mundo e
sermos testemunhas dos procedimentos, da dor e das limitações é algo terrível”,
comenta destacando que o sentimento de impotência é algo que consome os pais.
“Para cada pequeno guerreiro há uma família que luta incansavelmente contra a
sua própria dor, suas limitações e seu cansaço.”
O tratamento nessas
ocasiões, conforme a médica, depende das necessidades de cada criança. “Uns
precisam apenas de tempo para ganhar peso, outros de ajuda para respirar ou
para se alimentar. Não há um tratamento padrão para a prematuridade”, explica
pontuando que existem doenças que são mais frequentes em prematuros e que
necessitarão de cuidados específicos e individualizados.
O prematuro é imaturo
em diversos aspectos, inversamente proporcional à idade gestacional que
nasceu ( quanto menor a idade gestacional, maior a imaturidade) “Estar seguro
quanto aos cuidados no momento da alta é fundamental, e sair do hospital já com
um agendamento com o pediatra, que deve ser a referência para dúvidas e
cuidados, é de extrema importância”. Assim, para o dia a dia, não há um método
único de cuidado. “Existe cada criança com a sua necessidade e cada família com
suas características. Estar apto e seguro nos cuidados e nas necessidades de
seu filho é fundamental. A família necessitará de apoio e aconselhamento.”
Já em relação às
visitas ao bebê prematuro, a pediatra aconselha que devem ser extremamente
cautelosas e restritas nos primeiros meses de vida. “Os cuidados são os mesmos
para qualquer recém-nascido, mas a atenção deve ser total para com os pequenos
guerreiros”, orienta, chamando a atenção, ainda, para o calendário de vacinas,
que será atualizado assim que houver estabilidade clínica e peso suficiente.
Quanto à amamentação, muitos podem ter dificuldade para coordenar sucção,
deglutição e respiração, a depender da idade gestacional que nasceram e da
condição do nascimento. Neste caso, os bebês precisarão de auxílio de
fonoaudiólogas, alguns precisarão de sondas para alimentação, outros ainda
dependerão inicialmente de nutrição parenteral.
Ana reforça a necessidade
de se buscar ajuda com profissionais capacitados, entre eles o pediatra, e
equipes multidisciplinares que devem acompanhar todo o processo do pequeno até
o término da adolescência.
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