Aumento da
expectativa de vida faz cenário ser cada vez mais comum. Especialista explica
os riscos e principais motivos que levam ao procedimento
A expectativa de vida dos brasileiros tem aumentado nos
últimos anos, sendo de 80 anos para as mulheres e 73 anos para os homens, em
2019, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso
traz uma série de implicações, como os cuidados com a saúde dessa população que
vive cada vez mais.
Com o processo de envelhecimento, é comum o corpo
apresentar limitações que dificultam o dia a dia dos idosos e comprometem a
qualidade de vida. “As cartilagens se desgastam, os discos entre as vértebras
vão se tornando menos hidratados e menos maleáveis. Os ligamentos ficam mais
espessos e menos estirados. Os ossos se tornam menos calcificados e mais
propensos a fraturas. Tudo isso pode causar dor e evoluir para quadros que
necessitem de intervenção cirúrgica”, explica o neurocirurgião da
NeuroAnchieta, Dr. Régis Tavares.
Um dos maiores incômodos costuma ser justamente as dores
na coluna. O problema pode se tornar tão agudo que atrapalha até atividades
básicas como caminhar e pegar peso. Apesar de ser uma das soluções quando o
cenário se agrava, nem sempre a indicação é cirúrgica. O quadro deve ser avaliado
por um especialista que indicará o tratamento específico para a queixa do
paciente. “As opções precisam ser postas e especificamente desenhadas para cada
indivíduo, levando em consideração a urgência, gravidade do quadro, grau de
incapacidade e limitação para execução de atividades básicas da vida diária”,
esclarece Dr. Régis.
Recuperação
O processo pós-cirúrgico varia a depender do paciente,
suas comorbidades e o tipo de cirurgia realizada. “Na maioria das vezes são
cuidados relativamente simples, que não exigem grandes mudanças de hábito
diário, e por um período curto, variando entre três a quatro semanas.
Entretanto, caso sejam necessárias cirurgias de maior porte e que envolva a
cicatrização do osso da coluna, o prazo pode se estender por três ou seis meses
após a cirurgia”, aponta o especialista.
O médico destaca ainda que independentemente do
procedimento realizado e dos cuidados pós-operatório necessários, a área
registra grandes avanços na última década e isso tem permitido uma reabilitação
mais rápida. “Um dos grandes temores dos pacientes e seus familiares em
realizar uma cirurgia de coluna no paciente idoso referia-se ao fato de ter que
ficar um, dois meses de cama para poder se recuperar. Isso já não corresponde à
realidade atual”, reforça Dr. Régis.
Riscos
Um dos pontos mais questionados quando se trata de
intervenções cirúrgicas em pacientes com mais idade são os riscos envolvidos no
procedimento. Quanto a isso, o neurocirurgião ressalta que a cirurgia em idosos
deve seguir os mesmos critérios para as realizadas em pacientes jovens e levar
em consideração as limitações, os objetivos e as doenças associadas de cada
indivíduo.
“Os procedimentos são realizados da mesma forma, após
todos os exames de previsão e prevenção de riscos terem sido feitos e
analisados. Pessoas com mais idade podem ter, mais frequente, doenças como
diabetes, pressão alta, obstruções arteriais e isquemia do coração, cérebro e
rins, por exemplo. Com o devido preparo e sabendo de todas as alterações, é
possível programar o tratamento mais efetivo e seguro”, aponta o especialista.
Principais motivos que levam à
cirurgia de coluna:
- Fraturas ocasionadas por queda ou fragilidade óssea
(osteoporose)
- Dor, dormência e fraqueza nas pernas e/ou braços devido
à evolução degenerativa da coluna com instabilidade e compressão de raízes
nervosas e medula
- Limitação de movimento e rigidez por compressão da
medula espinhal (estenose)
- Desalinhamento espino-pélvico – doença que causa o
encurvamento da coluna
- Infecções e tumores
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