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terça-feira, 19 de novembro de 2019

Cirurgia de coluna em idosos pode ser solução para quadros mais agudos


Aumento da expectativa de vida faz cenário ser cada vez mais comum. Especialista explica os riscos e principais motivos que levam ao procedimento

A expectativa de vida dos brasileiros tem aumentado nos últimos anos, sendo de 80 anos para as mulheres e 73 anos para os homens, em 2019, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso traz uma série de implicações, como os cuidados com a saúde dessa população que vive cada vez mais.
Com o processo de envelhecimento, é comum o corpo apresentar limitações que dificultam o dia a dia dos idosos e comprometem a qualidade de vida. “As cartilagens se desgastam, os discos entre as vértebras vão se tornando menos hidratados e menos maleáveis. Os ligamentos ficam mais espessos e menos estirados. Os ossos se tornam menos calcificados e mais propensos a fraturas. Tudo isso pode causar dor e evoluir para quadros que necessitem de intervenção cirúrgica”, explica o neurocirurgião da NeuroAnchieta, Dr. Régis Tavares.
Um dos maiores incômodos costuma ser justamente as dores na coluna. O problema pode se tornar tão agudo que atrapalha até atividades básicas como caminhar e pegar peso. Apesar de ser uma das soluções quando o cenário se agrava, nem sempre a indicação é cirúrgica. O quadro deve ser avaliado por um especialista que indicará o tratamento específico para a queixa do paciente. “As opções precisam ser postas e especificamente desenhadas para cada indivíduo, levando em consideração a urgência, gravidade do quadro, grau de incapacidade e limitação para execução de atividades básicas da vida diária”, esclarece Dr. Régis.

Recuperação
O processo pós-cirúrgico varia a depender do paciente, suas comorbidades e o tipo de cirurgia realizada. “Na maioria das vezes são cuidados relativamente simples, que não exigem grandes mudanças de hábito diário, e por um período curto, variando entre três a quatro semanas. Entretanto, caso sejam necessárias cirurgias de maior porte e que envolva a cicatrização do osso da coluna, o prazo pode se estender por três ou seis meses após a cirurgia”, aponta o especialista.
O médico destaca ainda que independentemente do procedimento realizado e dos cuidados pós-operatório necessários, a área registra grandes avanços na última década e isso tem permitido uma reabilitação mais rápida. “Um dos grandes temores dos pacientes e seus familiares em realizar uma cirurgia de coluna no paciente idoso referia-se ao fato de ter que ficar um, dois meses de cama para poder se recuperar. Isso já não corresponde à realidade atual”, reforça Dr. Régis.

Riscos
Um dos pontos mais questionados quando se trata de intervenções cirúrgicas em pacientes com mais idade são os riscos envolvidos no procedimento. Quanto a isso, o neurocirurgião ressalta que a cirurgia em idosos deve seguir os mesmos critérios para as realizadas em pacientes jovens e levar em consideração as limitações, os objetivos e as doenças associadas de cada indivíduo.
“Os procedimentos são realizados da mesma forma, após todos os exames de previsão e prevenção de riscos terem sido feitos e analisados. Pessoas com mais idade podem ter, mais frequente, doenças como diabetes, pressão alta, obstruções arteriais e isquemia do coração, cérebro e rins, por exemplo. Com o devido preparo e sabendo de todas as alterações, é possível programar o tratamento mais efetivo e seguro”, aponta o especialista.

Principais motivos que levam à cirurgia de coluna:
- Fraturas ocasionadas por queda ou fragilidade óssea (osteoporose)
- Dor, dormência e fraqueza nas pernas e/ou braços devido à evolução degenerativa da coluna com instabilidade e compressão de raízes nervosas e medula
- Limitação de movimento e rigidez por compressão da medula espinhal (estenose)
- Desalinhamento espino-pélvico – doença que causa o encurvamento da coluna
- Infecções e tumores


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