Segundafase do Movimento Vacina Brasil nas Fronteiras vai
vacinar contra sarampo e febre amarela países cidades brasileiras e vizinhas ao
Brasil
A vacinação é a única forma de prevenir e
interromper a cadeia de transmissão de doenças, principalmente de um território
para outro. Por isso, o Ministério da Saúde está realizando, no período de 18 a
30 de novembro, a segunda fase do Movimento Vacina Brasil nas Fronteiras. A
ação, que conta com a vacinação para sarampo e febre amarela, está sendo realizada
em oito municípios brasileiros que fazem fronteira com Argentina, Paraguai,
Uruguai, Bolívia e Colômbia. No total, 16 municípios terão suas ações de
vacinação intensificadas.
O objetivo é ampliar a cobertura vacinal para essas
doenças devido à reemergência do sarampo nas Américas e potenciais surtos de
febre amarela em regiões do Brasil. A ação envolve países do Mercosul (Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguais) e países associados ao Mercosul (Bolívia e
Colômbia). Para atender à intensificação vacinal, o Ministério da Saúde enviou
aos estados 11,3 mil doses da vacina de febre amarela e 11,2 mil de doses da
vacina tríplice viral. Os municípios contam ainda com os estoques de vacina já
existentes desde a primeira fase da ação, que ocorreu em setembro deste ano.
A campanha é realizada conforme Calendário de
Vacinação de cada país. No Uruguai, por exemplo, a vacina contra a febre
amarela não será dada já que não faz parte do calendário de vacinação de rotina
do país. Na Argentina, Paraguai e Uruguai, as crianças menores de 10 anos de
idade são foco da campanha. Já no Brasil, a vacina contra a febre amarela pode
ser dada a partir dos nove meses de vida a 59 anos de idade e a vacina contra o
sarampo a partir dos seis meses a 49 anos.
As cidades contempladas pela ação são: Santana do
Livramento (RS), fronteira com Rivera (Uruguai); Uruguaiana (RS), fronteira com
Paso de Los Libres (Argentina); Corumbá (MS), fronteira com Puerto Quijarro e
Puerto Soares (Bolívia); Epitaciolândia e Brasiléia (AC), fronteira com Cobija
(Bolívia); Tabatinga (AM), fronteira com Letícia (Colômbia); e Guajará Mirim
(RO), fronteira com Guayarámenin (Bolívia).
A primeira etapa do Movimento Vacina Brasil nas
Fronteiras foi realizada no período de 16 a 27 de setembro em Ponta Porã (MS),
fronteira com Pedro Caballero (Paraguai); Foz do Iguaçú (PR), fronteira com
Ciudad del Este (Paraguai) e com Puerto Iguazú (Argentina); Barracão (PR),
fronteira com Bernardo de Irigoyen (Argentina); Dionísio Cerqueira (SC), também
faz fronteira com Bernardo de Irigoyen (Argentina); e Barra do Quaraí (RS),
fronteira com Bella Unión (Uruguai). Durante a ação, foram aplicadas 2,5 mil
doses de vacina de febre amarela e 7,8 mil doses da vacina tríplice viral
(sarampo, rubéola e caxumba).
A estratégia é resultado da solicitação do governo
brasileiro para incluir o tópico imunização nas fronteiras na agenda dos eixos
prioritários estabelecidos no Memorando de Entendimento de Cooperação entre o
MERCOSUL e Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS).
CASOS DE
SARAMPO E FEBRE AMARELA
No Brasil, o surto de sarampo ainda está ativo em 19
estados do país. Nos últimos 90 dias, entre 04/08 a 26/10, 5.660 casos da
doença foram confirmados e 14 óbitos. Mais de 90% dos casos estão concentrados
em 176 municípios do estado de São Paulo, principalmente na região
metropolitana. A única forma de interromper essa cadeia de transmissão e de
prevenir contra o sarampo é por meio da vacinação. De janeiro deste ano a 26 de outubro, 10.429 casos
de sarampo foram confirmados em todo o Brasil. Os dados acumulados são de
surtos da região norte do país, iniciado em fevereiro de 2018 e iniciado em São
Paulo por um navio, em maio deste ano.
Entre 2018 e 2019, na Colômbia, foram registrados
10.729 casos suspeitos de sarampo (7.186 em 2018 e 3.543 em 2019). Desses, 411
foram confirmados (208 em 2018 e 203 em 2019). Neste ano, a Argentina confirmou
12 casos da doença, sendo 4 importados e 1 relacionado à importação.
O comportamento da febre amarela no Brasil é por
estação. O período de maior transmissão é de dezembro a maio. Nos últimos três
anos, houve aumento da transmissão. No final de 2016 até junho de 2017 houve
surto de grandes proporções que afetou principalmente os estados da região
Sudeste, com um total de 778 casos humanos, incluindo 262 óbitos.
Neste ano, o Governo Federal já enviou 11 milhões
de doses da vacina contra a febre amarela para a rotina de todo o país. Desse
total, 6,9 milhões de doses foram destinadas à Região Sul. A vacina faz parte
do Calendário Nacional de Vacinação e está disponível nos mais de 37 mil postos
de vacinação do país.
A região das Américas é pioneira na eliminação de
doenças que podem ser prevenidas por meio da vacinação. Não há registros de
febre amarela urbana desde 1942. Vale lembrar que o Brasil chegou a receber da
OPAS/OMS o certificado de eliminação do vírus do sarampo, mas perdeu porque o
vírus voltou a circular. O país hoje trabalha para ampliar as coberturas
vacinais, interromper a transmissão do sarampo e reconquistar a eliminação do
vírus.
Vanessa Aquino
Agência Saúde
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