quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Tratamento para fertilidade não aumenta risco de câncer de ovário, aponta estudo


Mais de seis mil casos são estimados ao ano no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). É o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres


O tratamento hormonal usado na Fertilização In Vitro (FIV) para mulheres com problemas de fertilidade não aumenta o risco de tumores no ovário, segundo um estudo desenvolvido pelo Instituto Holandês do Câncer e apresentado no Congresso Europeu de Reprodução Assistida e Embriologia (ESHRE), realizado na cidade de Viena, na Áustria. Ao longo de duas décadas, pesquisadores acompanharam casos e dados de mais de dez mil holandesas e concluíram que não há risco de câncer de ovário.

“Os resultados tranquilizam as pacientes que se submetem a essa técnica. Os estudos apontam ainda que não há risco oncológico nos bebês nascidos após tratamento médico de infertilidade”, afirma o diretor da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), César Barbosa.

Hoje, as mulheres que se submetem à FIV são submetidas à estimulação ovariana para chegar à uma super ovulação. Os óvulos são aspirados por uma agulha guiada por ultrassom transvaginal. Nos homens, a coleta do sêmen acontece por meio da masturbação. Após seleção dos melhores espermatozóides e dos óvulos maduros, procede-se à FIV e depois de 2 a 5 dias, o óvulo fertilizado passa a ser considerado um embrião e é transferido para o útero da paciente na tentativa de gerar uma gravidez.  

O nível elevado de estrogênio na paciente durante os dez dias de ovulação poderia ser um fator essencial para o desenvolvimento de tumor no ovários. No entanto, conforme explica o especialista da SBRA, não existe comprovação científica de risco oncológico desse tipo de câncer em mulheres submetidas a tratamentos de infertilidade. “Esse esclarecimento é muito importante para que as mulheres sujeitas a estes procedimentos, com o intuito de constituir família, fiquem tranquilas”, reforça Barbosa. 


Recomendações – A FIV é uma das formas de tratamento quando o casal tem pelo menos um ano de tentativas de engravidar, sem sucesso. Mas, se houver alguma causa de infertilidade identificada, como baixa produção/qualidade dos espermatozoides ou trompas obstruídas, que limitam a utilização de outras técnicas, a indicação pode ser com menor tempo.

Caso a mulher tenha uma reserva de óvulos comprometida, como ocorre em faixas etárias mais avançadas, a indicação pode ser antecipada. É também indicada aos homens com baixa produção de espermatozoides e àquelas mulheres com trompas obstruídas ou com idade superior a 38 anos. 


Câncer do ovário -  Mais de seis mil casos são estimados ao ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). É o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres. A maior parte de incidências são de células epiteliais (que revestem o ovário) e, a minoria, são de células germinativas (que formam os óvulos) e células estromais (que produzem a maior parte dos hormônios femininos). O risco de câncer de ovário é maior em mulheres com infertilidade, que menstruaram antes dos 12 anos e ou com menopausa tardia. Mulheres que tomam contraceptivos ou que tiveram vários filhos têm menos chances de incidência.


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