População ainda fica confusa com os produtos
e presidente da ABCFARMA explica distinção
Na década de 1960, nos EUA,
surgiu a proposta dos medicamentos genéricos, iniciativa que começou a ser
discutida no Brasil em 1970 e só passou a vigorar de fato em 1999. De lá para
cá, eles se tornaram populares entre os consumidores, mas ainda geram dúvidas,
principalmente quando comparados aos medicamentos similares.
“O produto genérico tem a
mesma substância ativa, forma farmacêutica, dosagem e indicação do medicamento
de referência – ou de marca --, mas é comercializado a um preço menor e,
consequentemente, mais atrativo para a maioria da população”, explica Felicio
Rosa Neto, presidente da Associação Brasileira do
Comércio Farmacêutico (ABCFARMA).
Os genéricos
são identificados por uma tarja amarela na embalagem, com a letra G impressa e
os dizeres “Medicamento Genérico” e o nome da substância ativa. “Eles podem
substituir o medicamento de referência sem pesar tanto no bolso”, diz Rosa
Neto.
Já os medicamentos
similares são aqueles que têm o mesmo princípio ativo, concentração, forma
farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica do
produto de marca, mas com diferença em características como embalagem, tamanho
e forma do produto, prazo de validade, excipiente e veículos, rotulagem etc.
Esse tipo de produto deve ser identificado por nome comercial ou marca e não
deve ser substituído pelo medicamento de referência sem o conhecimento do
médico.
“A Anvisa
fiscaliza com rigor a fabricação e a comercialização desses medicamentos e
possui, inclusive, uma lista de bioequivalência entre os produtos para saber se
podem ser intercambiáveis ou não. Também é nosso papel, dentro das farmácias,
orientar o consumidor sobre as distinções entre os genéricos e os similares
para que possam tomar a melhor decisão de qual produto adquirir”, conclui Rosa
Neto.
Abaixo alguns
MITOS E VERDADES esclarecidos pelo Presidente da ABCFARMA:
1. Medicamentos genéricos são mais baratos por não terem qualidade
Mito! Associar valores mais em conta
com a qualidade inferior é uma forma errônea de enxergar os medicamentos. Os
genéricos possuem os mesmos princípios ativos de uma marca conhecida e são
esses os responsáveis pelo alívio dos sintomas que motivaram a prescrição. Eles
saem mais baratos porque não são inseridos valores com propagandas e nem custos
de pesquisas sobre o princípio ativo.
2. Medicamento genérico substitui o de marca
Verdade! Genéricos possuem o mesmo
princípio ativo, são administrados pela mesma via e têm a dose farmacêutica
igual. Os efeitos são comprovados pela ANVISA antes de chegarem às farmácias.
Pessoas com doenças crônicas torcem o nariz para esse tipo de medicamento, mas
saiba que eles são eficientes e não agravam os problemas.
3. É difícil
identificar o remédio genérico
Mito! Os genéricos possuem identificação externa nas embalagens.
Obrigatoriamente têm a sigla MG (Medicamento Genérico) ou apresentam um
destaque no rótulo.
4. A receita é
indispensável para comprar medicamentos genéricos
Verdade! O controle rigoroso para
a compra de determinados remédios é o mesmo para os medicamentos genéricos.
Vale destacar que as medicações que podem ser comercializadas sem receitas
também têm a venda dos seus similares sem prescrição médica.
5. Os
processos de vigilância e inspeção são os mesmos
Verdade! Os genéricos passam até por mais testes da ANVISA, com o
intuito de realmente comprovar a sua eficiência. As avaliações são feitas da
mesma maneira, mas a autorização para um genérico entrar no mercado é ainda
mais rígida, pois há uma preocupação maior com a qualidade do produto.
6. É perigoso
fazer automedicação de genérico
Verdade! Assim como qualquer outro medicamento, os genéricos precisam
ser receitados por um profissional da saúde. Estima-se que mais de 20 mil vítimas
da automedicação morrem por ano no Brasil. Dores de cabeça, cólicas, febres,
inflamações, gripes e viroses são os sintomas mais comuns da automedicação.
Portanto, fique atento e lembre-se de que a ingestão de qualquer remédio em
excesso pode ser fatal.
7. Todo
medicamento referência já tem seu genérico
Mito! Grande parte dos remédios de marca possuem patente.
Normalmente, esse título dura 20 anos, ou seja, não é possível produzir
medicamentos genéricos — com o mesmo princípio ativo — de determinados fabricantes
dentro desse período. Os produtos mais recentes disponíveis no mercado não
possuem similares. Você pode perguntar ao seu médico se há algum remédio
parecido, que possa ser substituído pelo genérico. Na maioria dos casos, a
prescrição do medicamento segue a mesma dosagem e forma de uso. Mas é bom
alertar que alguns profissionais optam por não indicar esse tipo de fármaco. Os
medicamentos genéricos possuem a mesma eficiência e controle de qualidade que
os de marcas que são referências. Sob nenhuma hipótese troque a sua medicação
por conta própria! Converse com o seu médico e cheguem a um consenso.
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