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quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Filhos online: quando o uso da internet prejudica os jovens, como os pais podem responder?


 Karin Kenzler, psicóloga e orientadora educacional do Colégio Humboldt, explica como o uso da web pode atrapalhar a vida escolar, afetiva e familiar do jovem, e de que forma a família pode intervir



Permitir que o filho acesse a internet livremente pode expô-lo a conteúdos inadequados para seu grau de maturidade e o uso de redes sociais e jogos de videogame por períodos prolongados podem ser prejudiciais, pois impedem o jovem de se conectar a outras atividades, como exercícios físicos, estudos e passeios em família ou com os amigos. De acordo com Karin Kenzler, psicóloga e orientadora educacional do Colégio Humboldt, – instituição bilíngue e multicultural (português/alemão) localizada em Interlagos (SP) – os pais precisam estabelecer um diálogo claro com os filhos, para que eles escutem seus argumentos sobre o uso consciente da internet e entendam quais são os benefícios e os malefícios que ela pode trazer.

Para ela, adultos devem dar o exemplo e mostrar que também estão dispostos a acessar as novas tecnologias com moderação. “Regrar pode ser uma discussão conjunta da família. Especialistas recomendam duas horas diárias por dia entre TV e os demais eletrônicos”, afirma. Ser criterioso na escolha dos jogos, promover discussões sobre o conteúdo dos games e da qualidade das relações sociais online e acompanhar a vida social deles nos sites são também estratégias que os pais podem adotar para se inteirar da presença digital do filho nas redes.

Para a psicóloga, a limitação de jogos e internet não deve ser entendida como uma punição. “Quando proibimos o acesso à internet como castigo, estamos dando uma dupla mensagem, de que o uso pode vir a ser uma recompensa para um bom comportamento, uma espécie de prêmio, e também de que a tarefa escolar cobrada, em contrapartida, é algo chato que precisa ser cumprido forçosamente”, ressalta. Ela avalia que é necessário salientar aos jovens que as regras de boa convivência do mundo offline também se aplicam ao mundo online – assim, condutas agressivas, intimidatórias ou criminosas devem ser igualmente combatidas.

Ela ainda aponta que os malefícios causados pela tecnologia são causados apenas pelo excesso ou inadequação do uso. “O uso excessivo por parte de crianças, adolescentes e até mesmo adultos prejudica o desenvolvimento físico e motor em função do sedentarismo e, em crianças em especial, o desenvolvimento sensorial”. 

Como sugestão para diminuir o tempo que os adolescentes passam na internet, Karin explica que os pais devem oferecer alternativas de atividades, feitas em conjunto ou separados – como livros, jogos e passeios – para despertar em seus filhos o interesse por outras formas de lazer.

Para a especialista, “o uso da internet não é um instrumento de coerção, mas um novo meio de informação, comunicação e diversão”. Buscar um equilíbrio entre o tempo que o adolescente passa consumindo conteúdo na internet e entretido com outras atividades, prezando pelo diálogo, é um bom caminho para seu bem-estar e desenvolvimento.



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