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quinta-feira, 15 de agosto de 2019

CRMV-SP alerta: combate à leishmaniose exige ações integradas


Médicos-veterinários falam sobre medidas preventivas


A leishmaniose é a segunda infecção por protozoários mais frequente em humanos, perdendo apenas para a malária. A estimativa é que mais de um bilhão de pessoas vivam em áreas endêmicas no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Para o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), é possível o combate a essa grave zoonose a partir de ações preventivas do poder público e da sociedade.

Prova da complexidade do problema é a estimativa de mais de 300 mil novos casos anualmente, que podem provocar a morte de aproximadamente 20 mil pessoas, no mundo.

No Brasil, a incidência e a prevalência da doença, em humanos e em cães, são inquietantes. Em 2018, o País registrou 3.648 casos de leishmaniose humana, com 280 mortes, sendo 94 registros e 13 óbitos no Estado de São Paulo, de acordo com o Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde. 

Em 2019, até o mês de junho, já foram 805 casos e 42 óbitos no Brasil, dos quais 27 e três mortes ocorreram em São Paulo.


Prevenção depende de todos

As medidas preventivas, padronizadas pelo Ministério da Saúde, incluem monitoramento e controle do mosquito transmissor, redução do número de animais de rua; realização de exame sorológico antes da doação de cães; uso de telas do tipo malha fina em canis; e educação em saúde.

As ações não estão apenas na esfera pública. As famílias que têm cães devem procurar meios de prevenir a doença, redobrando o cuidado com a limpeza dos ambientes das residências e evitando o acúmulo de resíduos – como lixo e entulho –, o que contribui para a redução da incidência de mosquitos.


Protegendo o pet

Para evitar a doença, é aconselhável o uso de coleiras repelentes, lembrando que sua eficácia depende, também, do respeito aos prazos de validade apontados pelos fabricantes.

O mercado também dispõe de vacina para prevenção de leishmaniose em cães. Porém, ela não deve ser adotada como única medida protetiva, ou seja, é necessário manter os cuidados com o ambiente, bem como o uso da coleira repelente. É importante destacar, ainda, que a vacina só pode ser aplicada após exame sorológico, para que o tutor se certifique de que o pet não está infectado.

“Esses são cuidados que fazem parte do conceito de guarda responsável dos animais de estimação”, argumenta o médico-veterinário Leonardo Burlini, assessor técnico do Conselho.


Transmissão

A leishmaniose visceral é uma doença primária de animais e que pode ser transmitida aos humanos. Os cachorros podem ser hospedeiros do parasita causador da doença. Porém, a transmissão não ocorre pelo contato direto entre animais domésticos e o ser humano.

“A transmissão ocorre após a picada do mosquito infectado, sendo o Lutzomyia logipalpis a principal espécie envolvida no Brasil”, explica a médica-veterinária Luciana Hardt Gomes, integrante da Comissão de Saúde Pública Veterinária do CRMV-SP.


Diagnóstico

Em fase inicial, nem todo cão apresenta sintomas, o que contribui para o diagnóstico tardio. Já quando a doença se desenvolve, os sintomas podem ser bastante clássicos.

Por meio do exame clínico, há probabilidade do médico-veterinário suspeitar da doença e, se na região em que o animal vive, estiverem ocorrendo casos de leishmaniose, o profissional terá maiores indícios de que se trata da zoonose.

No entanto, a confirmação da doença se dá por meio “do diagnóstico laboratorial da infecção, que pode ser sorológico, parasitológico ou molecular”, conforme explica o médico-veterinário Mário Ramos de Paula e Silva, que também faz parte da Comissão de Saúde Pública do CRMV-SP.


Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose - Foi instituída pela Lei nº 12.604/12, com o objetivo de estimular ações educativas e preventivas, fomentar debates sobre as políticas públicas de vigilância e controle da doença, bem como difundir os avanços técnico-científicos relacionados à prevenção da leishmaniose.





Sobre o CRMV-SP
O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do Estado de São Paulo, com mais de 38 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, Estados e Municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.


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