Quase 60% dos cachorros sofrem com o sobrepeso e,
consequentemente, com as doenças decorrentes da obesidade. O especialista
Thiago Marçal, veterinário da Nutrire, explica sobre o problema e dá dicas de
como preveni-lo.
A obesidade não atinge apenas as pessoas, mas também os
animais. Dados recentes indicam que mais da metade dos pets estão em algum grau
de sobrepeso. Dentre as causas mais comuns, podemos identificar a má
alimentação e o sedentarismo. “Cães considerados gordos, geralmente, não comem
apenas ração. Além disso, são bichinhos que não fazem exercício físico. Esses
dois fatores por si só já causam problemas à saúde canina, juntos prejudicam
ainda mais os animais”, revela o veterinário da Nutrire, Dr. Thiago Marçal.
Outro fator que pode levar à obesidade é a rotina alimentar,
ou seja, a maioria dos cães possuem alimento à disposição o dia todo, ingerindo
mais do que necessitam para uma vida saudável. “A alimentação deve ser como o
de uma criança pequena, com horários certos e porções definidas - essa medida
em específico deve ser de acordo com o peso do cão e precisa constar nas
embalagens das rações secas”, explica.
A queima de energia também é uma necessidade do pet, visto
que o mesmo precisa exercitar os músculos para se manter ativo e bem disposto,
além de crescer saudável. “O ideal é que o cãozinho pratique caminhadas ao
menos duas vezes ao dia. Isso, claro, de acordo com seu estado de saúde, raça e
outras peculiaridades definidas pelo médico veterinário”, conta Marçal.
A obesidade é um problema com consequências sérias para os
pets, como doenças articulares e de coluna, diabetes canina, aparecimento de
distúrbios respiratórios e disfunções cardíacas. Fora a questão física, pois o
sedentarismo também pode deixar o cão deprimido.
“A artrite é uma doença causada geralmente pelo excesso de
peso, muito embora algumas raças tenham predisposição para isso. Porém, animais
gordos forçam suas articulações além do recomendável”, diz. Os pulmões de um
cão obeso, por exemplo, têm menos espaço para a entrada do ar, ou seja, o
esforço para absorver oxigênio é muito maior do que para um pet que está no
peso ideal. “Os problemas respiratórios oriundos desse processo são muito
comuns”, completa.
Sem falar em diabetes, problemas cardiovasculares, pressão
sanguínea alta, entre outras doenças decorrentes da obesidade. “É fundamental
que o tutor compreenda que o animal precisa ingerir os alimentos feitos
especificamente para ele, pois têm a quantidade exata de nutrientes, vitaminas,
minerais e tudo mais que sua saúde pede. “Preparar comida caseira para o pet
não é proibido, mas deve haver um acompanhamento por um veterinário
especialista em nutrição, para que a dieta seja balanceada e atenda todas as
necessidades do cão”, acrescenta o veterinário.
Como prevenir a obesidade?
Os pets precisam de acompanhamento médico, inclusive para
controle da alimentação. O veterinário é a pessoa certa para indicar o melhor
alimento para cada tipo de animal, levando em consideração idade, tipo físico,
problemas de saúde e outras informações. Não alimente seu bichinho de estimação
com restos que sobraram das suas refeições, priorize a ração seca indicada pelo
especialista.
Os petiscos são uma forma de agradar o pet e não estão
proibidos, mas não pode ser toda hora. Ofereça apenas agrados feitos especificamente
para animais. E não esqueça dos exercícios físicos. “O passeio pode ser pelo
bairro mesmo, sem muito esforço. Porém, é interessante que o cachorro
movimente-se todos os dias. Quando não for possível levá-lo para caminhar ou
correr, exercite-o dentro de casa com os brinquedos que ele gosta”,
indica.
Por fim, Marçal alerta que a obesidade também pode ser
consequência de algum outro transtorno. Se o seu cão ou gato aumenta de peso
mesmo comendo apenas a ração, pode ser o caso de distúrbios hormonais como o
hipotireoidismo, por exemplo. “É preciso estar sempre atento ao peso do pet”,
conclui.
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