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terça-feira, 20 de agosto de 2019

Apneia do Sono é mais grave no inverno

 Inversão Térmica. Vista de prédios na cidade de São Paulo. 
Marcos Santos/Jornal da USP


Inversão térmica aumenta poluição e provoca vasoconstrição das vias respiratórias, potencializando apneia do sono, que pode tirar de 7 a 15 anos da vida do indivíduo com hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, arritmias, infartos e até derrames. O otorrinolaringologista e cirurgião craniomaxilofacial Dr. Alfredo Lara e o cirurgião bucomaxilofacial Dr. João Gavranich alertam.



Nos meses frios ocorre a inversão térmica que dificulta a dissipação dos poluentes na atmosfera e aumenta os níveis desses gases no ar. No inverno, pessoas que sofrem de apneia do sono podem ter o seu problema agravado, segundo pesquisa feita em Harvard e divulgada no “American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine”com mais de 3.000 pacientes com sono monitorado. A apneia do sono é uma condição caracterizada por roncos, engasgos e interrupções na respiração, se repetindo, no mínimo, cinco vezes em 60 minutos. O distúrbio desorganiza os movimentos respiratórios, diminui o oxigênio no sangue, superativa o sistema nervoso, aumenta o ritmo dos batimentos cardíacos e estimula a contração dos vasos sanguíneos, elevando os riscos de pressão alta.

Segundo o ootorrinolaringologista e cirurgião craniomaxilofacial Dr. Alfredo Lara,“a concentração de poluentes em função da inversão térmica provocada pela queda de temperatura nesta época do ano potencializa quadros de apneia do sono, provocando inflamação das vias respiratórias. Causa efeito de vasoconstrição, estreita o caminho do ar percorrido até os pulmões e reduz a concentração de oxigênio no sangue", explica o médico. Segundo o Dr. Lara, a apneia do sono pode tirar de 7 a 15 anos de vida do indivíduo, sobrecarregar o coração e gerar problema cardiovascular.

Dr. Lara alerta que a poluição só potencializa os riscos que a apneia do sono já representa para hipertensão arterial (uma das principais causas de morte no mundo), insuficiência cardíaca, arritmias, infartos e até derrames, além de potencializar diabetes, cansaço, sonolência durante o dia, queda de rendimento no trabalho e alterações de humor.

Ele ainda acrescenta que é fundamental promover a circulação de ar no quarto antes da hora de dormir para diminuir a influência da concentração de poluentes. "Quando a umidade relativa do ar cai há maior concentração de poluentes no ar. Nesse caso, é bom que a pessoa com apneia faça inalação para limpar as vias aéreas e deixar ambientes ventilados”.

"Caso haja distúrbios anatômicos ou obstáculos que dificultem a passagem de ar, um tratamento cirúrgico é recomendado. Conhecer a origem do distúrbio é essencial para determinar as medidas de controle.” comenta o Dr. Alfredo Lara.


Dados de Apneia do Sono:

70% a 90% dos que sofrem de apneia do sono têm hipertensão arterial, uma das principais causas de morte no país. Ao contrário, 30% a 35% dos pacientes com hipertensão arterial têm apneia do sono, Mais de 10% da população acima de 65 anos apresentam apneia do sono. 9% das mulheres e 24% dos homens entre 30 a 60 anos tinham índices altos do distúrbio num estudo de 1993 e, em 1% a 3% dos casos, crianças. O estudo "Prevalência Global da Apneia Obstrutiva do Sono" apresentado pela ResMed em 2018 indica que a condição aumentou quase 10 vezes mais do que estimativas anteriores e atualmente afeta 936 milhões pessoas no mundo. Além disso, quase 9 em cada 10 adultos com essa condição tratável permanecem não diagnosticados, de acordo com a Academia Americana de Medicina do Sono.





Dr. Alfredo LaraCirurgião crâniomaxilofacial titulado pela Associação Brasileira de Cirurgia CranioMaxiloFacial. Preceptor de otorrinolaringologia do Instituto FELIPPU de Otorrinolaringologia. Doutorando – HCFMUSP, Chefe dos serviços de otorrinolaringologia e Cirurgia CranioMaxiloFacial dos hospitais São Luiz Morumbi, Villa Lobos e Defeitos da Face. Especialista em rinoplastia, apneia do sono e cirurgias respiratórias e ortognáticas, aliando resultados naturais à função mastigatória, respiratória e fonatória. Realiza cirurgia ultrassônica – serra por ultrassom, cujo processo oferece resultados mais precisos, com cicatrização e recuperação melhores. Sem hematoma, corte preciso, recuperação mais rápida e menos dor.

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