Inversão Térmica. Vista de prédios na cidade de São Paulo. Marcos Santos/Jornal da USP |
Inversão térmica
aumenta poluição e provoca vasoconstrição das vias respiratórias,
potencializando apneia do sono, que pode tirar de 7 a 15 anos da vida do
indivíduo com hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, arritmias, infartos
e até derrames. O otorrinolaringologista e cirurgião craniomaxilofacial Dr.
Alfredo Lara e o cirurgião bucomaxilofacial Dr. João Gavranich alertam.
Nos meses frios ocorre a inversão térmica que
dificulta a dissipação dos poluentes na atmosfera e aumenta os níveis desses
gases no ar. No inverno, pessoas que sofrem de apneia do sono podem ter o seu
problema agravado, segundo pesquisa feita em Harvard e divulgada no “American
Journal of Respiratory and Critical Care Medicine”com mais de 3.000
pacientes com sono monitorado. A apneia do sono é uma condição
caracterizada por roncos, engasgos e interrupções na respiração, se repetindo,
no mínimo, cinco vezes em 60 minutos. O distúrbio desorganiza os movimentos
respiratórios, diminui o oxigênio no sangue, superativa o sistema nervoso,
aumenta o ritmo dos batimentos cardíacos e estimula a contração dos vasos
sanguíneos, elevando os riscos de pressão alta.
Segundo o ootorrinolaringologista e cirurgião
craniomaxilofacial Dr. Alfredo Lara,“a concentração de
poluentes em função da inversão térmica provocada pela queda de temperatura
nesta época do ano potencializa quadros de apneia do sono, provocando
inflamação das vias respiratórias. Causa efeito de vasoconstrição, estreita o
caminho do ar percorrido até os pulmões e reduz a concentração de oxigênio no
sangue", explica o médico. Segundo o Dr. Lara, a
apneia do sono pode tirar de 7 a 15 anos de vida do indivíduo, sobrecarregar o
coração e gerar problema cardiovascular.
Dr. Lara alerta que a poluição só
potencializa os riscos que a apneia do sono já representa para hipertensão
arterial (uma das principais causas de morte no mundo), insuficiência cardíaca,
arritmias, infartos e até derrames, além de potencializar diabetes, cansaço,
sonolência durante o dia, queda de rendimento no trabalho e alterações de
humor.
Ele ainda acrescenta que é fundamental promover a
circulação de ar no quarto antes da hora de dormir para diminuir a influência
da concentração de poluentes. "Quando a umidade relativa do ar cai há
maior concentração de poluentes no ar. Nesse caso, é bom que a pessoa com
apneia faça inalação para limpar as vias aéreas e deixar ambientes ventilados”.
"Caso haja distúrbios anatômicos ou obstáculos
que dificultem a passagem de ar, um tratamento cirúrgico é recomendado.
Conhecer a origem do distúrbio é essencial para determinar as medidas de
controle.” comenta o Dr. Alfredo Lara.
Dados de Apneia do Sono:
70% a 90% dos que sofrem de apneia do sono têm
hipertensão arterial, uma das principais causas de morte no país. Ao contrário,
30% a 35% dos pacientes com hipertensão arterial têm apneia do sono, Mais de
10% da população acima de 65 anos apresentam apneia do sono. 9% das mulheres e
24% dos homens entre 30 a 60 anos tinham índices altos do distúrbio num estudo
de 1993 e, em 1% a 3% dos casos, crianças. O estudo "Prevalência
Global da Apneia Obstrutiva do Sono" apresentado pela
ResMed em 2018 indica que a condição aumentou quase 10 vezes mais do que
estimativas anteriores e atualmente afeta 936 milhões pessoas no mundo. Além
disso, quase 9 em cada 10 adultos com essa condição tratável permanecem não
diagnosticados, de acordo com a Academia Americana de Medicina do Sono.
Dr.
Alfredo Lara - Cirurgião crâniomaxilofacial
titulado pela Associação Brasileira de Cirurgia CranioMaxiloFacial. Preceptor
de otorrinolaringologia do Instituto FELIPPU de Otorrinolaringologia.
Doutorando – HCFMUSP, Chefe dos serviços de otorrinolaringologia e Cirurgia
CranioMaxiloFacial dos hospitais São Luiz Morumbi, Villa Lobos e Defeitos da
Face. Especialista em rinoplastia, apneia do sono e cirurgias respiratórias e
ortognáticas, aliando resultados naturais à função mastigatória, respiratória e
fonatória. Realiza cirurgia ultrassônica – serra por ultrassom, cujo processo
oferece resultados mais precisos, com cicatrização e recuperação melhores. Sem
hematoma, corte preciso, recuperação mais rápida e menos dor.
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