O médico pediatra é uma das maiores referências
em defesa da amamentação no mundo. No mês de incentivo ao aleitamento materno,
conheça alguns de seus conselhos
Uma recente pesquisa divulgada pela iniciativa
americana Alive & Thrive, focada em nutrição infantil, mostra que a
interrupção da amamentação custa diariamente quase US$ 1 bilhão (equivalente a
R$ 3,76 bilhões) por dia devido à perda de produtividade e aos custos com
saúde. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o aleitamento materno
ajuda a prevenir doenças e até mortes infantis – ele é capaz de salvar vidas de
cerca de 13% das crianças, menores de 5 anos, em todo o mundo. Por isso, o mês
de agosto é conhecido como Agosto Dourado, que simboliza a luta pelo incentivo
à amamentação, que além de trazer benefícios para a saúde, também traz
prosperidade econômica.
O Agosto Dourado teve início em com a Semana
Mundial de Aleitamento Materno em 1990, em um encontro da OMS com a Unicef. A
cor dourada está ligada ao padrão ouro de qualidade do leite materno e percorre
o mundo com o seu laço simbólico. Durante todo o mês, são celebrados a
promoção, a proteção e o apoio ao leite materno. A amamentação traz benefícios
para o bebê e para a mãe: ela protege do câncer de mama e os pequenos do
sobrepeso e da obesidade. Até os seis meses de vida, a recomendação é que eles
se alimentem somente do leite materno. A partir dessa idade, deve receber
alimentação complementar saudável, mantendo o leite materno até os dois anos de
idade ou mais, de acordo com o Ministério da Saúde.
A amamentação
Um dos maiores especialistas do assunto no mundo
e um dos ícones em defesa da amamentação é o pediatra espanhol Carlos González,
que possui vários livros sobre o tema, dois deles publicados no Brasil pela
Editora Timo: Manual Prático de Aleitamento Materno e Um presente para a vida
toda – Guia do Aleitamento Materno. Para ele, o certo é dizer que a amamentação
não é um esforço ou sacrifício que as mães fazem pelo filho, mas um direito. “É
parte da sua própria vida, do seu ciclo sexual e reprodutivo”, diz. González
afirma que um dos primeiros fracassos da amamentação e a administração precoce
de complementos (leite ou soro glicosado), com a falsa crença de que nos
primeiros dias a mãe não tem leite suficiente. “Muitas vezes contribuímos para
manter essa crença com frases como ‘no princípio não tem leite, mas tem
colostro’ ou ‘até o terceiro dia o leite não desce’. O colostro não é nada mais
que um tipo de leite. O aumento da quantidade de leite não é brusco no terceiro
dia, mas é gradual desde o primeiro dia”, explica.
Ainda de acordo com González, os recém-nascidos
saudáveis que mamam no peito em livre demanda não precisam de nenhum outro
líquido. Isso não significa “cada vez que ele chorar”, já que o choro é um
sinal tardio de fome. O ideal é oferecer o peito diante do primeiro indício de
que o bebê está disposto a mamar. “Antes de chorar, o bebê mostra seu apetite
com sinais precoces: aumento da atividade, movimentos de procura, sons,
chupando os punhos. Se o bebê não está com a mãe é provável que ninguém observe
esses sinais. Alguns bebês começarão a chorar em alguns minutos e conseguirão
mamar, ainda que seja tarde, mas outros voltarão a dormir durante horas”.
Sucção
Um problema relatado por muitas mães é o de
sucção, principalmente no uso de chupetas e mamadeiras. Muitas acham que o bebê
prefere a mamadeira porque mamar assim é mais fácil e cômodo. Na verdade, para
ele é mais cômodo mamar no peito, que está anatomicamente preparado para isso.
Foi comprovado que os prematuros mantêm uma temperatura, frequência
cardíaca e saturação de oxigênio mais estáveis
quando mamam no peito do que na mamadeira. “Acontece que mamar no peito e na
mamadeira exigem movimentos muito diferentes da língua. No peito, o movimento é
para dentro para tirar o leite. Ao mesmo tempo, esse movimento tende a
introduzir o peito cada vez mais para dentro da boca. Na mamadeira o leite sai
sozinho e o bebê move a língua ritmicamente para fora, para interromper o
derrame de leite e poder mamar. O bebê que tenta tomar uma mamadeira como se
fosse peito engasga, fica nervoso e a rejeita e a mãe interpreta como uma
rejeição ao peito”, conta. E vale sempre lembrar: “o peito não proporciona só
nutrição, mas também contato, carinho e consolo”, finaliza o médico.
Esses e outros conselhos do Dr. Carlos González
podem ser encontrados nos livros Manual Prático de Aleitamento Materno e Um
presente para a vida toda: www.editoratimo.com.br.
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