O desafio da gestão de leitos é identificar os
“gargalos” no fluxo de paciente, otimizar a utilização dos leitos nas unidades
de internação e adaptar a relação entre oferta e demanda. Hospitais capazes de
reduzir o tempo de permanência podem efetivamente adicionar leitos e melhorar
sua capacidade de internação, sem “construir um leito”.
Estudo realizado por meio do DRG Brasil apontou
que, das diárias hospitalares realizadas na saúde privada, 28% estão em excesso
e, no público, 80% das saídas analisadas.
Um dos fatores a que a questão pode ser atribuída é
a ausência de gerenciamento da previsão de alta na admissão do paciente. “Esse
gerenciamento ajudaria na preparação de todas as atividades necessárias para
que a alta ocorra no momento adequado”, fala o Diretor Técnico da Planisa,
Marcelo Carnielo. A agenda do médico também é um ponto relevante, uma vez que o
paciente precisa, muitas vezes, aguardar o dia de atendimento do profissional
naquela unidade. “Nesse aspecto, não são levadas em consideração as consequências
para o hospital e a permanência do paciente. Isso têm consequências negativas
tanto para o paciente que, quanto mais tempo passar em ambiente hospitalar,
maiores são os riscos de eventos adversos; como para o sistema de saúde”,
explica. “É preciso cuidar do planejamento da estrutura para otimizar o
atendimento. É sempre bom lembrar que o médico não é o vilão, muitas vezes é
vítima. É preciso entender que a improdutividade do leito hospitalar tem
diversas origens, o problema é sistêmico e não pontual”, ressalta Carnielo.
O paciente que permanece internado sem motivo
clínico acarreta custos desnecessários, estimados em R$ 670 por dia a mais em
unidades de internação e de R$ 1.856, por dia a mais em unidades de terapia
intensiva, de acordo com informações extraídas da base de dados da Planisa em
mais de 110 hospitais brasileiros.
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