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Problema atinge mais
mulheres que homens
A rosácea é uma doença vascular inflamatória
crônica da pele, que pode ser tratada, mas não tem cura. A origem ainda não é
conhecida, porém há uma predisposição individual - mais comum em brancos e
descendentes de europeus, e de caráter genético (30% dos casos têm uma história
familiar positiva). Ocorre principalmente em adultos entre 30 e 50 anos de
idade. É mais frequente em mulheres, porém pode acometer homens. Além disso, há
forte influência de fatores psicológicos, como estresse.
“Os sintomas da doença são bem característicos:
vermelhidão e sensibilidade na pele e em diversas regiões do corpo, como
bochechas, nariz, testa e queixo”, explica a médica oftalmologista Dra. Heloisa
Russ.
Segundo ela, o que poucas pessoas sabem é que
existe a rosácea ocular e que esta é considerada a mais grave. Dentre os
sintomas estão: olho seco, irritação, pálpebras vermelhas, inflamação com
vermelhidão e descamação bem próxima aos cílios. “Olho seco é o sintoma mais
frequente da doença e a principal queixa dos pacientes por causar desconforto.
Uma das opções para tratar e livrar a pessoa dessa ocorrência é o tratamento
com laser, são necessárias três sessões do procedimento para obter um resultado
favorável”, destaca a oftalmologista.
Além disso, a rosácea ocular é responsável por
causar blefarite e conjuntivite. A blefarite é uma inflamação da pálpebra que
causa comprometimento dos cílios e da produção de lágrimas. Já a conjuntivite,
é a inflamação da membrana externa do olho e da região interior da pálpebra.
Algumas vezes, a rosácea ocular pode evoluir para casos de ceratite (inflamação
da córnea), esclerite (inflamação da esclera) ou irite (inflamação da íris). Se
não for tratada e o caso for agravado, pode comprometer a visão.
Dra. Heloisa conta que as causas da rosácea ainda
são desconhecidas. Porém, sabe-se que alguns fatores desencadeadores provocam a
dilatação dos vasos sanguíneos e, consequentemente, o desenvolvimento da
doença.
Fatores desencadeadores:
Alimentos ou bebidas quentes;
Álcool;
Temperaturas extremas;
Exposição excessiva ao sol;
Estresse;
Raiva;
Alimentos picantes;
Saunas;
Alguns medicamentos vasodilatadores.
Tratamento
A rosácea não tem cura, mas existem opções para
controlar o problema. “O tratamento pode ser tópico, sistêmico ou cirúrgico,
dependendo do diagnóstico e do caso de cada paciente”, afirma a oftalmologista.
Cuidados
“Alguns cuidados em relação à rosácea devem ser
tomados, dentre eles evitar exposição solar sem filtro, comidas exóticas e
fumar. Além disso, deve-se optar por maquiagem dermocosmética e antialérgica”,
adverte a médica.
Dra. Heloisa Russ - É graduada em Medicina pela
UFPR, fez Residência Médica em Oftalmologia pela Unicamp, onde também realizou
Mestrado e Sub-especialização em Glaucoma. Em seguida, se tornou Doutora pela
USP e Pós-Doutora pela Unifesp. A médica oftalmologista é membro de diversos
Conselhos e Associações, dentre os quais estão o Conselho Brasileiro de
Oftalmologia, a Sociedade Latino-Americana de Glaucoma, a ARVO (The Association
for Research in Vision and Ophthalmology) e a Sociedade Brasileira de
Glaucoma.Dra. Heloisa Russ é também autora de artigos científicos e capítulos
de livros na área de Glaucoma e Oftalmologia Social. Além disso, é professora
associada da pós-graduação da UFPR e da Unifesp.
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