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quinta-feira, 18 de julho de 2019

Pesquisa da Proteção Animal Mundial expõe os problemas de animais silvestres mantidos como pets



Relatório “Crueldade à Venda” aponta que mais de 37 milhões de aves são criadas em cativeiros no Brasil, incluindo mais de três milhões de passarinhos em gaiolas em cerca de 400 mil criadores amadores legalizados. Os dados compõem a campanha “Animal silvestre não é pet”.


O comércio de animais silvestres como bichos de estimação, seja este ilegal ou não, é uma prática cruel que gera inúmeros sofrimentos a espécies nativas do Brasil. Além disso, é um incentivo ao tráfico de animais, que representa uma das maiores ameaças para a fauna no mundo. As conclusões são do relatório Crueldade à Venda, apresentado pela Proteção Animal Mundial, organização não-governamental que atua em prol do bem-estar animal. De acordo com a pesquisa, atualmente, mais de 37 milhões de aves são criadas em domicílios brasileiros e mais de três milhões de pássaros vivem em gaiolas em mais de 400 mil criadores amadores legalizados. 

O relatório é parte da campanha “Animal silvestre não é pet”, lançada pela Proteção Animal Mundial para conscientizar a população sobre a importância de conservar os animais silvestres em seu habitat natural. “A população precisa entender que animais silvestres não devem ser mantidos como bichos de estimação. Diferente de cães e gatos, esses animais não passaram pelo processo de domesticação e apresentam características naturais incompatíveis com a vida em cativeiro, o que gera um enorme sofrimento para eles”, explica o gerente de Vida Silvestre da Proteção Animal Mundial, Roberto Vieto.

“Mesmo tendo todo cuidado, carinho e atenção, é impossível satisfazer as necessidades de bem-estar desses animais e permitir a expressão de seus comportamentos naturais quando mantidos como pets”, afirma Vieto, explicando que o objetivo da campanha “Animal silvestre não é pet” é esclarecer essa questão para possíveis compradores de animais silvestres. “Para aquelas pessoas que já possuem um bicho de estimação silvestre legalizado em casa, a orientação é para que não o solte ou abandone este animal, e que procure assistência veterinária especializada para tentar oferecer os melhores cuidados possíveis”, diz o veterinário. 

Segundo os dados da pesquisa, no Brasil os animais silvestres mantidos como pets mais comuns são as aves, principalmente passarinhos e aves canoras, seguido por psitacídeos, como araras, papagaios e periquitos.  A pesquisa também revelou que 46% dos brasileiros compram animais silvestres de maneira impulsiva, o que demonstra uma decisão baseada em falsa expectativa e que pode comprometer o bem-estar da espécie e gerar sofrimento. 

A maioria dos compradores (39%) revela que família, amigos e pessoas próximas são a maior influência para a compra de animal silvestre, mas as mídias sociais também exercem uma grande influência no comportamento dos compradores. Os conteúdos disponíveis no Youtube, por exemplo, são o terceiro maior responsável por esse incentivo no Brasil (23%).

“Trata-se de uma indústria, que além de perpetuar uma prática cruel, estimula o tráfico de animais silvestres. Prova disso é que as 70% espécies mais criadas comercialmente e mantidas em criadores amadoristas são também as espécies mais traficadas. Os esforços para proteger a fauna silvestre devem estar dirigidos para preserva-los no seu hábitat natural, cuidar da natureza, e promover uma cultura de respeito pelos animais silvestres”, afirma Vieto.


Sobre a Proteção Animal Mundial
A Proteção Animal Mundial (World Animal Protection) é uma organização internacional focada no bem-estar animal, sem fins lucrativos e em operação há mais de 50 anos. A ONG trabalha no mundo inteiro com um único objetivo: proteger e salvar animais silvestres, pondo fim ao sofrimento desnecessário, além de mantê-los no lugar do qual pertencem; o seu habitat natural.

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