A secreção
faz parte da fisiologia normal da vagina, mas é um dos grandes incômodos
relacionados à saúde íntima da mulher, além de ser tema de várias dúvidas.
Dr. Ricardo
Andrade Freire, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz
Anália Franco, respondeu a oito questões relacionadas a este assunto:
Existe diferença entre
corrimento e secreção vaginal?
Sim, existe. A secreção
vaginal faz parte da fisiologia feminina, ou seja, não é indicativo de nenhuma
doença. Já o corrimento é patológico. De acordo com o especialista, assim como
outros órgãos do corpo como a boca, a vagina precisa ser lubrificada e proteger
sua mucosa e a secreção exerce esta função.
Por sua vez, o corrimento
vaginal – cientificamente denominado leucorreia – não é normal e pode ser
indicativo de algumas doenças.
Como diferenciar a secreção
do corrimento?
A secreção vaginal, na
maioria dos casos, é transparente ou opaca e não tem cheiro. Ela não causa
nenhum tipo de desconforto, além de deixar a calcinha úmida de vez em quando.
“Quando a secreção começa a
mudar de coloração (ficar amarelada, esverdeada, amarronzada), passa a ter um
odor fétido, causar coceira e irritação na região vaginal, além de a mulher
sentir dor na relação sexual, significa que há algo anormal, que é o
corrimento”, explica.
O tipo mais comum de
corrimento é branco, espesso e sem odor e normalmente é indicativo de candidíase.
Existe algum período durante
o ciclo menstrual em que a secreção vaginal fica mais intensa?
Sim, na ovulação, ou seja,
no meio do ciclo, a secreção tem a viscosidade aumentada. “Este fluido mais
viscoso durante o período fértil da mulher serve exatamente para favorecer o
deslocamento do espermatozoide até o óvulo”, esclarece Dr. Ricardo Andrade.
Durante a gravidez a mulher
também tem essa secreção? Em caso positivo, há alguma alteração relevante?
Sim, na gestação a vagina
fica muito mais molhada. Há um aumento da vascularização pélvica, que aumenta a
quantidade de secreção vaginal. “O organismo libera um excesso de líquido que
vai preparando a vagina para que ela fique mais úmida e mais elástica, a fim de
favorecer o parto”, afirma o ginecologista.
O uso frequente de
absorvente íntimo pode aumentar a secreção natural?
Sim. O ideal é não fazer o
uso frequente de absorvente íntimo nem de protetor diário. A região vaginal
fica mais quente, abafada, aumentando a vascularização e as secreções
glandulares.
Pílulas anticoncepcionais
podem causar corrimento?
Não, mas podem aumentar a
secreção natural da vagina.
E as relações sexuais?
Elas também não podem causar
corrimento. “A vagina foi feita para ter penetração e o sexo não pode alterar a
saúde do órgão. Se a mulher passa a ter corrimento é porque alguma alteração
patológica está ocorrendo”. Ainda de acordo com Dr. Ricardo, neste caso, a
recomendação é procurar um ginecologista para fazer o diagnóstico correto e
iniciar o tratamento adequado. O mais comum é com creme vaginal, associado à
medicação via oral.
“Se o tratamento não estiver
funcionando, o problema pode estar na saúde do parceiro. Por isto, o ideal é que
o tratamento seja feito pelo casal, não apenas pela mulher”, ressalta o médico.
Quais hábitos podem evitar
que a mulher tenha corrimento?
O hábito mais importante que
a mulher deve ter é ir ao ginecologista uma vez ao ano e fazer os exames
solicitados. Dormir sem calcinha também pode ajudar, uma vez que proporciona
uma ventilação maior da região vaginal.
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