Benefícios da era
da digitalização são claros, mas falta de investimento em processos simples
ainda dificulta adoção no país
O conceito de “Indústria 4.0” é cada vez mais
abordado e dá sinais de que veio para ficar. A ideia de integrar dados da
operação fabril com sistemas de TI é tratada como um aspecto fundamental para a
sobrevivência de companhias, com benefícios significativos a serem aproveitados
em diferentes setores. Apesar disso, as iniciativas para fazer com que essas
ideias saiam do papel ainda está engatinhando no Brasil, de acordo com a
Mitsubishi Electric, uma das maiores empresas de automação industrial do mundo.
“O esforço para tentar se adaptar à indústria 4.0
existe, mas é necessário lembrar que o Brasil ainda está atrasado nas
aplicações de tecnologias de automação simples. Há muitas empresas que não
investiram sequer na digitalização do controle de processos, o que impede
investimentos em tecnologias avançadas, como a inteligência artificial na
indústria”, afirma Thiago Turcato, coordenador de suporte técnico da Mitsubishi
Electric.
De acordo com o especialista a aplicação da
inteligência artificial, um dos principais pilares da “Indústria 4.0”
atualmente, está presente em equipamentos isolados, como por exemplo: sistemas
de visão (reconhecimento de imagens e padrões) e controle de temperatura. Um
próximo passo necessário seria incorporá-la às áreas de produção, manutenção e
armazenamento.
“Nesse sentido, é possível pensar em benefícios
como o ajuste de rotas do maquinário de produção, trazendo a diminuição de
custos aliada ao aumento de qualidade. Para isso, pode-se implantar um sistema
de coleta de dados geral de produção, processado por algoritmos de inteligência
artificial e com resultados aplicados aos sistemas automatizados de produção”,
completa Turcato.
Em longo prazo, a transformação desses processos
deve otimizar linhas de produção completas, trazendo maior presença da chamada
IIOT (Industrial Internet of Things), possibilitando assim atingir a maturidade
em conceitos como Sociedade 5.0, já popular no Japão.
“No Brasil, ainda temos um longo caminho a ser
trilhado, especialmente pela grande quantidade de pequenas e médias empresas
que necessitam fazer investimentos nesse tipo de tecnologia. Contudo, é uma
realidade à qual essas companhias terão de se adaptar: contar com profissionais
qualificados e tecnologia compatível com o aumento de produtividade cada vez
mais exigido é uma condição fundamental para a sobrevivência de todas as
companhias”, finaliza Turcato.
Mitsubishi Electric Corporation
* À taxa de câmbio de 111 ienes em relação ao dólar
norte-americano, a taxa dada pelo Mercado de Câmbio de Tóquio em 31 de março de
2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário