O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) destaca a
importância da atenção aos sinais na face, cabeça e pescoço dos
pacientes;
Em casos de suspeita de maus
tratos, a denúncia às autoridades deve ser feita imediatamente
A Odontologia é uma profissão que se exerce em benefício da saúde
do ser humano. Dessa forma, a atuação dos profissionais envolve, entre outros
aspectos, a promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
adolescente. Neste contexto, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo
(CROSP) traz orientações sobre como identificar e denunciar casos de maus
tratos sofridos por pacientes menores de idade.
Como a maioria das agressões físicas acontecem na face, na cabeça
e no pescoço, os(as) cirurgiões(ãs)-dentistas devem estar atentos para identificar
os sinais de maus tratos em todos os pacientes, especialmente nos menores de
idade. Portanto, o profissional deve realizar uma boa anamnese, exame detalhado
intra e extra oral, aproximar-se da criança ou adolescente e, assim, criar um
laço de confiança com o paciente.
Indícios de violência
Sinais como contusões e lacerações de lábios, dentes fraturados, luxação
dentária, queimaduras na gengiva, equimoses em bochechas, infecções na boca
como sífilis, gonorreia, entre outros, são recorrentes em menores que sofrem
maus-tratos. Ferimentos em outras partes do corpo próximas a boca, como olhos,
nariz e orelhas, também podem ser indicativos de violência. “Também deve-se
prestar atenção ao lado psicológico, ou seja, crianças e/ou adolescentes
extremamente irritadas, retraídas ou introspectivas demais podem ser um alerta.
É importante conhecer a personalidade do seu paciente para entendê-lo e
observar qualquer indício que não seja normal”, aconselha a presidente da
Câmara Técnica de Odontologia Legal do CROSP, Soraya Monteiro.
Normalmente, o paciente menor que sofreu maus tratos mostra dificuldade em confiar
nos adultos. Por isso, durante o atendimento, o profissional deve mostrar
preocupação em ajudar, demonstrar entender suas angústias e medos. Esses gestos
facilitam estabelecer um vínculo de confiança. Ao criar esse relacionamento com
o paciente menor, o(a) cirurgião(ã)-dentista poderá colher mais informações
sobre os possíveis maus tratos.
Saiba como denunciar
Em suspeita ou confirmação de maus tratos, o(a) cirurgião(ã)-dentista deve
comunicar ao Disque Denúncia Nacional, por meio do número 100. Na denúncia, não
é necessário apresentar provas e o sigilo do profissional é garantido. Informar
a suspeita ao Conselho Tutelar da Criança e Adolescente do município ou à
autoridade policial também são formas de denúncia. É importante ter em mente
que é obrigatório denunciar casos de violência infantil às autoridades.
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)
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