Segundo o
presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Moura, agora, o espaço é um
ambiente de prestação de serviços
Neste sábado (20), a ida do primeiro homem à
lua completa 50 anos. De lá para cá, iniciou-se uma nova corrida espacial.
Estados Unidos e União Soviética, que disputavam o espaço de protagonistas
durante a Guerra Fria, deram lugar também a empresas e até a alguns
bilionários.
Hoje, já se fala em levar mulheres à lua, em
explorar o espaço de forma comercial e até em colonização lunar - por meio de
uma estação espacial inflável, onde o habitat vai oferecer tanto um laboratório
orbital para cientistas como acomodação para turistas milionários.
O professor Cassio Barbosa, do Centro Universitário
da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), lembra que essa corrida espacial
teve início no fim da década de 50 como uma estratégia militar. Segundo ele, os
mesmos foguetes que lançaram satélites eram os que poderiam lançar armas
nucleares no país inimigo. Após a emblemática conquista em 20 de julho de 1969,
Cassio afirma que atualmente os interesses dos países na corrida espacial são
outros.
“Agora a motivação é econômica. Já se sabe que a
lua pode ser explorada comercialmente para fazer mineração. Existem empresas de
mineração espacial, principalmente na Europa e no Japão, para minerar
asteroides. Então, agora começou uma outra corrida para colonizar, por exemplo,
a lua, já que a lua tem uma gravidade muito menor do que a da Terra”, explicou.
O Brasil ganhou visibilidade nesse segmento em
março de 2006, ano em que Marcos Pontes se tornou o primeiro cidadão do país a
embarcar em uma missão espacial. O atual ministro de Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações conta que a experiência foi muito especial em sua
vida.
“Eu lembro o momento durante a decolagem que o
comandante falou ‘faz um sinal para o seu país’ e eu queria dizer que estava
indo todo mundo comigo. Eu tinha uma bandeira do Brasil nos braços e a única
coisa que eu lembrei no momento foi a bandeira do Brasil. Então, eu vou apontar
para a bandeira. E eu pensei: ‘estamos todos indo juntos, para cima’. E é até
interessante, que a hora que eu fui apontar, um dedo só não dá, estamos juntos,
foi por isso que eu apontei com dois dedos. É uma coisa que nós realizamos, mas
é para o país. Ali eu representava o Brasil inteirinho”, recorda Pontes.
Ocupação americana
A responsável pela incubadora da inovação da NASA
no Brasil, Carine Elpidio, conta que a agência espacial americana tem como nova
diretriz uma presença permanente na lua até o ano de 2024.
“O governo dos Estados Unidos havia planejado que a
NASA retornasse presencialmente à lLua em 2028, como tinha previsto. E aí,
agora, mudou o desafio e a NASA vai chegar com novos astronautas até o ano de
2024. Pretende fazer com que as pessoas que estejam indo nessa missão passem a
viver lá por um tempo para poder entender realmente como é que funciona”,
salienta.
Segundo o presidente da Agência Espacial
Brasileira, Carlos Moura, o espaço se tornou um “ambiente de prestação de
serviços”.
“Dos anos 60 para agora, nós passamos por uma
revolução e eu diria que o essencial, no fundo, é isso: o espaço não é mais um
ambiente só tecnológico, mas ele é um ambiente de prestação de serviços. E tudo
isso que a gente costuma falar de foguetes, satélites, antenas e tal, são
apenas instrumentos que permitem ao ser humano explorar melhor oportunidades
mercadológicas, de apoio à educação, telemedicina e coisas do gênero”, projeta
Moura.
Para quem ficou interessado pelo tema, entre os
dias 18 e 20 de outubro deste ano, a NASA realizará um evento em Brasília,
chamado NASA Space Challenge. Durante 48 horas, os participantes terão que
resolver problemas relacionados ao espaço e aos astronautas – uma espécie de
colaboração internacional em massa focada em exploração espacial. O objetivo é
acelerar negócios, aumentar o empreendedorismo, aproximar as pessoas da tecnologia
e, quem sabe, ir para a sede NASA, nos Estados Unidos. Isso porque os melhores
projetos vão ser desenvolvidos junto com a agência espacial americana.
Fonte: www.agenciadoradio.com.br/
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