Nos EUA 1.5 milhão de pessoas já sobreviveu a algum
tipo de câncer
Passar por um câncer nunca
é fácil. Para as mulheres, o câncer de mama vai
além da saúde, há também a estética e muitas dúvidas sobre o futuro. Atualmente,
com o avanço da medicina, é possível ter uma boa qualidade de vida durante
e após o tratamento, já que se descoberto precocemente suas chances de cura
chegam a 95%. Nos Estados Unidos, por exemplo, segundo a American
Society of Clinical Oncology, 1,5 milhão de pessoas já sobreviveu a algum tipo
de câncer.
De acordo com o Dr. Rogério
Fenile, mastologista pela Unifesp e membro titular da Sociedade
Brasileira de Mastologia, atualmente é possível remover ou destruir o tumor por
completo. Tudo isso, após uma avaliação detalhada sobre o tipo de câncer,
estágio da doença, saúde em geral da paciente e uma conversa sobre todas as
possibilidades de tratamento. “Hoje, temos mais casos de cura e controle da
doença e esses números têm aumentado. Mas, sempre existe a preocupação da
recidiva ou metástase, e essa possibilidade existe. No entanto, com o
acompanhamento adequado, podemos ficar atentos e a mulher voltar a ter a sua
vida normal”, conta o especialista.
Independente das mudanças que forem vivenciadas
durante e depois da doença, o médico explica que é fundamental o apoio do
parceiro e da família para o cuidado com a saúde emocional da mulher. Pois ela
vivenciou um estresse grande e teve que lidar muitas vezes com a mudança de sua
aparência, que, consequentemente, afetaram a sua autoestima. “Estudos mostram
que a maioria das mulheres tem dificuldades de voltar a ter uma vida sexual,
por exemplo. O acompanhamento psicológico é de extrema importância, para
ajudá-la em tudo que ela passou, mas a maneira que ela será tratada pelas
pessoas que estão mais próximas a ela e o apoio que ela vai receber faz muita
diferença”, observa o médico.
Outro recurso muito útil para ajudar a paciente
nessa etapa é participar de um grupo de apoio, pois ele permite compartilhar
experiências, trocar conselhos e ter perspectivas que estão de fora de seu
círculo familiar ou de amigos.
Principais acompanhamentos
As consultas de acompanhamento, após o câncer de mama,
costumam ser regulares e vão reduzindo continuamente. Depois
de cinco anos, elas passam a ser anuais. Boa parte dos tratamentos
contra o câncer podem
ter efeitos colaterais, sendo que alguns podem ser temporários e outros durarem
muito tempo. Têm ainda os efeitos que aparecem anos após o tratamento e passam
a ser acompanhados depois. “Quando o tratamento termina, acompanhamos a
paciente de perto para examinar, conversar a respeito de qualquer sintoma ou
receio que a paciente esteja sentido, pedir alguns exames para acompanhamento
da doença e ficar atento com os efeitos colaterais posteriores”, diz o
especialista.
Já os exames ginecológicos devem ser feitos
anualmente, pois muitas mulheres passam a fazer tratamentos hormonais com
medicamentos que podem ter efeitos colaterais, como o câncer uterino--
que tem risco aumentado após a menopausa.
As pacientes que precisaram de cirurgia nas mamas
devem realizar a mamografia anualmente. Nos casos de uma cirurgia conservadora,
ela é iniciada seis meses após a cirurgia, depois que a paciente já terminou a
radioterapia. Como alguns tratamentos de câncer de mama também
podem levar a uma menopausa precoce é importante medir regularmente a densidade
óssea para prevenir uma possível perda óssea.
“Embora existam diversos cuidados necessários em um
acompanhamento posterior ao câncer de mama, isso
não deve ser motivo para a mulher em questão desanimar, pois, com o
acompanhamento adequado podemos manter o cuidado com a saúde e fazer o
diagnóstico precoce caso haja alguma recidiva ou um segundo câncer”,
finaliza.
Dr. Rogério Fenile - Mestre e Doutor em Ciências
Médicas pela Disciplina de Mastologia do Departamento de Ginecologia da UNIFESP
e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. É especialista em
cirurgia de reconstrução mamária, com mais de 20 anos de experiência médica.
Além de ser especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO.
Instagram: @drrogeriofenile
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