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quarta-feira, 26 de junho de 2019

Nova tecnologia aumenta taxas de sucesso nos processos de fertilização


Incubadora de última geração, inédita na América Latina, permite acompanhar em tempo real, pelo celular ou por vídeo, o desenvolvimento do embrião; o acesso remoto às imagens reduz os riscos de danos durante o manuseio externo para análises microscópicas e também da variação de temperatura ambiente, tornando o procedimento mais seguro


O relógio biológico de Priscilla Portugal despertou aos 30 anos. Casada e com uma vida estável, sentiu que era hora de se tornar mãe. Após dois anos tentando engravidar naturalmente, sua médica sugeriu que seria melhor investigar. Ao realizar algumas exames, Priscilla descobriu que tinha poucos óvulos e poderia ter uma menopausa precoce. A solução imediata era partir para a fertilização in vitro. Se passaram cinco anos com tentativas frustradas para engravidar. Um dia uma amiga indicou que ela procurasse um imunologista.

Chateada, Priscilla, que já havia desistido de engravidar e estava na fila de adoção, decidiu dar mais uma chance ao destino. Foi atrás do imunologista do RDO Diagnósticos Médicos e, depois de uma bateria de exames, descobriu que tinha quatro problemas que a impediam de engravidar, como, por exemplo, trombofilia e endometrite. Após o tratamento de todas as doenças e, mesmo curada, Priscilla, que tinha poucos óvulos, partiu, novamente, para a fertilização e conseguiu engravidar. O seu sonho tornou-se realidade e se chama Raul, que acaba de completar sete meses.

Uma boa notícia para as mulheres que tentam engravidar mas enfrentam problemas de infertilidade. Um novo equipamento, inédito na América Latina, está tornando o processo de fertilização in vitro, conhecido como FIV, mais seguro e com mais chances de êxito. Trata-se da incubadora Time-Lapse Esco, que permite a observação contínua dos embriões em tempo real, por celular ou vídeo.

Com o Time Lapse a observação pode ser feita 24 horas por dia sem necessidade de retirar o embrião da estufa, o que ocorre no método tradicional. Desta forma, conseguimos selecionar os melhores embriões para a transferência ao útero no momento mais adequado, aumentando assim as taxas de sucesso das fertilizações in vitro”, explica Dr. Nilo Frantz, pioneiro em reprodução assistida no país, que acaba de inaugurar em São Paulo um avançado centro de medicina reprodutiva, em parceria com o RDO Diagnósticos, centro especializado em medicina reprodutiva. 


Avanços na reprodução humana

As técnicas de reprodução assistida deram um salto tecnológico e científico nos últimos 10 anos, para proporcionar não somente o crescimento das taxas de gravidez, a redução do número de abortamentos ou alongamento do tempo de vida de um embrião no útero, como também tem tornado cada vez mais possível a possibilidade da mulher com mais de 40 anos gerar um filho.


Como era antes do TIME-LAPSE?

Nas incubadoras tradicionais, é necessário tirar os embriões da estufa, com a temperatura controlada em torno de 37º, e avaliar o seu desenvolvimento com um microscópio externo. Essa movimentação gera riscos para o embrião tanto pela variação de temperatura quanto pelo manuseio durante a análise. Já com o Time-lapse, há mais segurança no procedimento, pois toda avaliação é feita de forma remota, sem tirar o embrião da incubadora. “Os embriões ficam todo o tempo de cultivo laboratorial em um ambiente controlado por computador, que registra seu desenvolvimento em tempo real, reduzindo o estresse que sofrem com a mudança de local e a manipulação”, explica a embriologista, Dra. Claudia Rocha.

“Esta nova geração de incubadora permite uma seleção rigorosa dos melhores embriões para fertilização. Conseguimos estudar se as células estão evoluindo no prazo adequado, que não deve ser superior a 5 dias”, destaca Dr.Frantz.

Rastreamento e importância do diagnóstico antes da FIV

Para um casal ser bem sucedido na FIV é necessário uma investigação das causas imunológicas, infecciosas, anatômicas e embrionárias. Foi este diferencial do RDO Diagnósticos que motivou a parceria com o Dr Nilo Frantz. “Esta investigação prévia é essencial para obter êxito na fertilização e nesse aspecto o RDO possui uma equipe altamente capacitada e todos recursos tecnológicos para identificar e tratar problemas de grande incidência como trombofilias, endometriose, entre outros, que podem causar aborto espontâneo.

“Ao identificarmos o problema, tratamos a causa para posteriormente realizarmos a FIV com maior segurança. Nós que lidamos com reprodução assistida não estamos aqui em busca da cor dos olhos, do formato do rosto ou algo parecido. Estamos em busca dos bebês sem alterações cromossômicas. Estamos lutando em prol da vida humana. Com a evolução das técnicas e com o aperfeiçoamento dos profissionais, melhoramos as taxas de gravidez, reduzimos o número de perdas gestacionais (abortamentos antes de 20 semanas), sempre em busca do melhor embrião”, enfatiza o Dr. Frantz.


Novas perspectivas para a FIV 

Nos países europeus, a taxa de gravidez bem-sucedida por transferência de embriões é de aproximadamente 36% para a injeção de fertilização in vitro. Atualmente o Brasil não fica atrás nos resultados. “As taxas de gravidez giram em torno dos 45 e 55% em pacientes até 35 anos. Entre 36 – 38 anos estas taxas tendem a diminuir para 35% e 40%, e acima dos 40 anos as taxas tendem a diminuir mais ainda chegando na casa dos 5 a 15% na melhor das expectativas. Contudo alguns avanços tecnológicos e metodológicos melhoram estas chances para pacientes acima dos 40 anos”, esclarece Dr. Frantz.


A fertilização

A técnica começa com a estimulação da ovulação na mulher através de hormônios por um período que pode ser de oito a 12 dias. Os óvulos maduros são retirados e depois fecundados por um espermatozoide fora do organismo, em laboratório.

Na fertilização in vitro clássica, os óvulos ficam 24 horas em meio de cultura com espermatozoides à espera de serem fecundados naturalmente. “Já a injeção intracitoplasmática de espermatozoides envolve a injeção de um único espermatozoide diretamente no óvulo. Esta técnica foi desenvolvida no início dos anos 90 como um tratamento para a infertilidade masculina, mas agora é a forma mais praticada. A partir deste momento formam-se os embriões. Alguns dias depois, o especialista em reprodução avalia quantos desses embriões se desenvolveram para serem implantados no útero da paciente e possivelmente gerar um bebê”, afirma Dr. Frantz.





Dr. Nilo Frantz - pioneiro no exercício da Medicina Fetal e responsável pelo nascimento do primeiro bebê com o auxílio da técnica de Maturação in vitro no Brasil, é formado pela UFRGS e lecionou por muitos anos na universidade. Integrou a primeira instituição do Rio Grande do Sul voltada para a área de fertilização e criou o serviço de reprodução humana no Hospital Moinhos de Vento.

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