Um dos maiores especialistas no setor dá sete dicas de como
implementar
Você
já ouviu falar de e-commerce cross border?
Em linhas gerais, é a internacionalização de negócios e-commerce e a expansão
internacional do negócio Online que garante margens de lucro mais elevadas e
consumidores mais maduros. Quem faz essa avaliação é Felipe Dellacqua,
Presidente da Associação Brasileira de E-commerce Cross-Border (ABRASECB) e VP de vendas da multinacional brasileira de
tecnologia, VTEX.
Felipe
observa que nos anos 90, quando o e-commerce surgiu, um de seus grandes apelos
era a possibilidade de permitir que as empresas alcançassem mercados que, de
outra forma, estariam inacessíveis. E, mais do que nunca é hora de pensar não
só no mercado nacional, mas também no internacional.
“O
cross border é um mercado em
constante evolução e vem se tornando cada vez mais relevante no varejo. Enquanto
as empresas nacionais deixarem de olhar o mercado global como uma oportunidade,
ficarão restritas ao Brasil e à sua volatilidade economia e complexidade fiscal
e tributária. Portanto, é hora de pensar não somente no cross
border “de fora para dentro”, mas também em
internacionalizar o varejo brasileiro por meio do e-commerce. Potencial para
isso existe. E muito. Internet é global, por que se limitar ao Brasil? Que tal
pensar em escala global?”, questiona Felipe.
Enquanto
isso o cross border internacional
que vende no Brasil, como: Amazon dos USA, Alibaba da china e Farfetch de
portugal, representam uma ameaça e são hoje a maior concorrência para empresas
online nacionais. “A oportunidade de vender para o mundo todo é grande demais
para ser desprezada”, reforça ele.
O
especialista usa como exemplo prático a venda das Havaianas. A marca de
sandálias da Alpargatas está no Taobao, o shopping online do Alibaba para o
mercado chinês. Lá, as coleções da marca são vendidas a partir de R$ 150,
contra R$ 30 no Brasil; Já a Melissa, os produtos comercializados no Brasil a
R$ 140 e ganham espaço na Amazon UK ao equivalente a R$ 475.
“O
que explica tamanha diferença de preços? Em primeiro lugar, a exclusividade: na
China, Havaianas são um item raro em termos de disponibilidade e alta procura,
o que agrega valor. O segundo aspecto é a boa imagem das empresas nacionais no
mercado internacional, principalmente da categoria de moda/acessórios/calçados
impulsionadas por valores tipicamente brasileiros, como alegria e descontração.
Há ainda questões tributárias: enquanto um produto vendido no país sofre com a
cobrança de impostos locais como ICMS, IPI, PIS, Cofins e tantos outros, quando
você vende para um consumidor não residente no Brasil, o varejista é isento de
ICMS e IPI, além de itens abaixo de US$ 800 não serem tributados nos Estados
Unidos, por exemplo. Com tudo isso, a margem em uma operação cross
border se torna muito maior, do que uma venda local”,
explica ele.
Felipe
dá 7 motivos para investir no cross border:
1 – Exclusividade:
Produtos
tipicamente brasileiros se transformam, no exterior, em itens de cauda longa,
ganhando status.
2 – Elasticidade de preço:
Quanto
mais raro o produto, mais caro. É o que viabiliza a venda de sandálias
Havaianas na China e na Europa a preços cinco vezes maiores que no Brasil.
3 – Isenções tributárias:
Somente
o fato de não precisar pagar ICMS e IPI em uma venda internacional já aumenta a
margem da venda em quase 20%. Esse aspecto já deveria ser suficiente para que
você considerasse vender para fora do País.
4 – Diluir seus riscos:
Quem
atua somente no Brasil está 100% exposto a uma economia de alta volatilidade, grande
complexidade e baixo crescimento. Abrir a operação online para outros países é
uma alternativa de baixo custo e alta possibilidade de incremento de vendas.
5 – O Brasil é uma escola:
Com
as diferenças regionais, o emaranhado fiscal e tributário e a resiliência
adquirida por quem sobrevive a crises constantes, o varejista brasileiro está
mais que preparado para lidar com a complexidade de novos mercados.
6 – Tamanho do mercado:
O
e-commerce americano, sozinho, é 40 vezes maior que o brasileiro. Europa e Ásia
também podem ser facilmente alcançados sem a complexidade logística que muitos
varejistas acreditam.
7 - Incremento de vendas globais com geração de emprego local
O
cross-border se caracteriza por
vender para outros países a partir da sua operação de e commerce local, no caso
o Brasil, logo você estaria aumentando o faturamento da sua empresa, em moeda
forte internacional, gerando riqueza e emprego no Brasil. É diferente de você
abrir um loja física em New York por exemplo e contratar americanos para
trabalhar na sua loja.
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