Confira as
principais mudanças observadas na natureza com a chegada do inverno, em
diferentes regiões do Brasil
Entre os dias 21 de junho e 22 de setembro, o
inverno passa a ser a estação do ano no Hemisfério Sul. Esse período é
conhecido pelas temperaturas baixas, dias mais curtos e noites mais longas,
porém, as características variam em cada região do País.
A neve é mais comum na região Sul do País Créditos: Agência Envolverde |
Neve
Não é comum, mas é possível encontrar neve no
Brasil. Mais frequentes em países da América do Norte e da Europa, esses flocos
de gelo se formam em locais com temperatura próxima ou abaixo de zero grau, sem
vento e com pouca umidade, características do clima subtropical da região Sul
do País. O cenário fica ainda mais favorável em grandes altitudes e altas
latitudes, em cidades serranas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Queimadas e floradas
Estação mais seca facilita a ocorrência de
queimadas no Cerrado Créditos: Agência Fapesp |
Considerada a savana mais rica em biodiversidade no
mundo, o Cerrado se transforma durante o inverno. “Com a estação mais seca e as
temperaturas mais amenas, verificamos o recolhimento de alguns animais,
principalmente répteis e anfíbios, que aguardam a volta das chuvas para se
reproduzirem. Até mesmo as aves e mamíferos se locomovem menos pelo Cerrado
durante os meses do inverno”, explica o biólogo, professor da Universidade de
Brasília e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Reuber
Brandão.
Segundo ele, é possível verificar o fenômeno das
queimadas durante a estação, principalmente nos meses mais secos e quentes –
entre agosto e setembro. Nesse período, o fogo é mais intenso, atingindo
extensões maiores e causando risco para os animais, principalmente os que não
conseguem se "entocar", como os tamanduás.
Outro fenômeno que chama atenção nessa época do ano
é a florada de algumas árvores do Cerrado. “Os ipês roxos, amarelos e rosas
florescem nos meses de agosto e setembro e indicam, junto com a chegada das
tesourinhas, que o período mais seco está terminando”, finaliza o especialista.
Visita das baleias
No Brasil, as baleias se concentram na Bahia e
em Santa Catarina Créditos: Pixabay |
Entre os meses de julho e novembro, o litoral
brasileiro recebe a visita das baleias jubarte e franca. “Durante o inverno, as
baleias migram para águas tropicais e subtropicais e se aproximam da costa do
País para a reprodução. No verão, elas retornam às águas polares para se
alimentarem”, afirma a analista de Projetos Ambientais da Fundação Grupo
Boticário de Proteção à Natureza, Janaina Bumbeer.
Esses mamíferos podem ser vistos em diversos pontos
pelo País. É mais comum observar baleias jubarte no Parque Nacional Marinho de
Abrolhos, no litoral baiano. No inverno e na primavera, a região funciona como
berçário para o maior grupo de baleias jubarte do mundo. Já as baleias francas
se concentram no estado de Santa Catarina. A Área de Proteção Ambiental da
Baleia Franca foi criada em 2000 justamente para preservar o habitat da espécie
e ordenar atividades turísticas e de pesquisa. “Tanto no Norte como no Sul do
Brasil é possível avistar as baleias. Mas observação deve ser feita sem
interferir nos animais, para não impactar o desenvolvimento da espécie”,
destaca Janaina.
Regiões alagadas
No inverno, a água atinge o topo das árvores da
Amazônia Créditos: Folhapress |
Localizada predominantemente no Norte do País, a
região amazônica recebe praticamente a mesma quantidade de energia solar
durante todo o ano, fazendo com que as estações não apresentem tanta variação.
É possível observar apenas um período mais chuvoso e outro mais seco. Entre os
meses de junho e setembro chove menos, contudo, o excesso de chuva dos meses
anteriores faz com que os rios fiquem cheios, chegando a atingir o topo das
árvores, o que facilita a navegação e altera a paisagem, criando condições mais
adequadas para o turismo. O clima mais seco também favorece o aumento das
temperaturas, o que torna a estação do ano mais quente do que o próprio verão.
Animais à vista
Diferente da Amazônia, que permanece alagada no
inverno, no Pantanal o nível dos rios tende a baixar nesta época do ano. Assim,
os animais da região ficam mais visíveis, como capivaras, jacarés, aves,
macacos e até a onça pintada. O volume baixo dos rios também permite fazer os
tradicionais passeios de barco para observar a fauna e a flora do bioma.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de
Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de
Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos
antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação
ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da
natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas
financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio
da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação
da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além
de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução
para diversos problemas da sociedade. A instituição defende que o patrimônio
natural bem conservado é a base para o desenvolvimento econômico e bem-estar
social. Também promove ações de engajamento e sensibilização, que aproximam a
natureza do cotidiano das pessoas.
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