Julho é o
mês verde de alerta contra o câncer de boca e garganta. A campanha de
conscientização é promovida pela Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG
Brasil), com sessão no Congresso Nacional. São pelo menos 23 mil novos casos,
anualmente, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Dr. Murilo Neves especialista em Cabeça e Pescoço da Clinica MedPrimus São Paulo, explica que o câncer de cavidade oral representa a neoplasia maligna de maior relevância a saúde como um todo, por ser a neoplasia maligna mais comum a acometer especificamente a região da cabeça e pescoço.
Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer) estimam-se 11.200 casos novos de câncer da cavidade oral em homens e 3.500 em mulheres para cada ano do biênio 2018-2019. Esses valores correspondem a um risco estimado de 10,86 casos novos a cada 100 mil homens, ocupando a quinta posição; e de 3,28 para cada 100 mil mulheres, sendo o 12º mais frequente entre todos os cânceres.
Sem considerar os
tumores de pele não melanoma, o câncer da cavidade oral em homens é o quarto
mais frequente na Região Sudeste (13,77/100 mil). Nas Regiões Centro-Oeste
(9,72/100 mil) e Nordeste (6,72/100 mil), ocupa a quinta posição. Nas Regiões
Sul (15,40/100 mil) e Norte (3,59/100 mil), ocupa a sexta posição. Para as
mulheres, é o 11º mais frequente na Região Nordeste (3,12/100 mil). Nas Regiões
Centro-Oeste (2,96/100 mil) e Norte (1,78/100 mil), é o 12º mais frequente. Nas
Regiões Sudeste (3,64/100 mil) e Sul (3,59/100 mil), ocupa a 13ª e 15ª
posições.
“O câncer da cavidade oral compreende todos os tumores malignos que acometem desde o início da boca junto aos lábios, passando pela mucosa da boca e língua, indo até as amígdalas e a úvula (a famosa campainha da boca). O câncer dessa região está muito relacionado aos hábitos de fumar e de consumir bebidas alcoólicas, principalmente as destiladas. Sendo que a associação delas aumenta muito risco de se desenvolver um câncer.” Explica o especialista.
Dr. Murilo também ressalta que a infecção pelo HPV (papiloma vírus humano), o mesmo que causa o câncer no colo do útero das mulheres, também representa um importante fator de associado. Tipicamente acomete mais homens (que culturalmente fumam e bebem mais do que as mulheres) entre os 50 e 60 anos.
O grande problema do câncer da cavidade oral é que ele não causa muitos sintomas nas fases iniciais, e pode passar completamente despercebido. Pode parecer uma pequena úlcera que não cicatriza ou uma mancha branca na mucosa da boca. E diferentemente do que todos acham, geralmente não dói nessa fase inicial de evolução. Apenas quando a lesão se torna muito grande é que o câncer da cavidade oral torna-se sintomático, usualmente causando muita dor para engolir ou para abrir a boca.
A vigilância ativa com exames periódicos da cavidade oral em tabagistas com mais de 40 anos de idade é o mais recomendado e deve ser realizada pelo menos a cada 2 anos. Vale muito a pena lembrar que aftas ou úlceras na mucosa da boca que não cicatrizam em 10 dias devem ser examinadas por um profissional da saúde.
Nos estágios iniciais o câncer da cavidade oral é altamente tratável e apresenta boa taxa de cura. Já nos estágios mais avançados, o tratamento torna-se muito complexo dificultando muito a resolução da doença.
RESUMO SOBRE O CÂNCER DA CAVIDADE ORAL
• é mais comum em tabagistas e etilistas
• acomete mais homens do que as mulheres
• raramente causam algum sintoma nos estágios iniciais
• o sucesso do tratamento depende muito do diagnóstico ser o mais precoce possível
• aftas que não cicatrizam devem ser avalizadas por um profissional.
Dr.
Murilo Neves - Especialidades: Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Formação: Medicina
pela Universidade de São Paulo – USP. Residência médica em Cirurgia Geral no
Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo -
USP . Residência médica em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Universidade
Federal de São Paulo – UNIFESP. Título de especialista em Cirurgia de Cabeça e
Pescoço pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço – SBCCP.
Pós-graduando em Doutorado pelo Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia
de Cabeça e Pescoço pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
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