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segunda-feira, 20 de maio de 2019

Tabagismo pode atrapalhar resultado da cirurgia plástica


O cigarro pode ser uma substância prejudicial para o pós-operatório de quem realiza o procedimento

O tabaco contém centenas de substâncias prejudiciais à saúde, entre elas a nicotina, o alcatrão e o benzeno, além de metais pesados e tóxicos. Esta combinação, ao entrar em contato com a corrente sanguínea de forma contínua e duradoura, pode causar mais de 50 doenças, entre elas os cânceres de pulmão e de boca, enfisema pulmonar, angina e infarto do miocárdio.
Deixar de fumar pode ser extremamente difícil, mas se você planeja se submeter à uma cirurgia plástica ou procedimentos estéticos,  é bom pensar em abandonar a nicotina pelo menos por algum tempo. Suspender o cigarro um mês antes e um mês depois do procedimento, ainda que não seja o ideal, já pode ajudar significativamente.
“O cigarro afeta diretamente o desempenho do sistema vascular, comprometendo a irrigação sanguínea dos tecidos e absorção dos líquidos da área que sofreu a intervenção, dificultando o processo normal de cicatrização e a recuperação geral”, explica o cirurgião plástico Fernando Bianco, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Portanto, livrar o organismo da nicotina, pelo menos por algum tempo, pode contribuir para que os resultados sejam melhores e a recuperação seja mais rápida e livre de complicações. Com uma interrupção temporária do fumo por 30 dias, o índice de complicações pode cair entre 21% a 41 %.
O tabagismo pode complicar o pós-operatório com hematomas que persistirão por mais tempo; pontos poderão se abrir; cortes cirúrgicos estarão mais vulneráveis à infecção; inchaços serão maiores e a drenagem dos líquidos pode demorar.
“Cada caso será visto individualmente e pode-se até abrir uma exceção e realizar a cirurgia em quem fuma. Mas, esse paciente poderá ter que tomar alguns medicamentos que, em não fumantes, não seriam necessários. O paciente deverá assinar um “Termo de Consentimento”, onde constará que a operação somente será realizada após o médico ter certeza que as orientações serão observadas pelo paciente”, ressalta o médico.
De acordo com uma pesquisa publicada na revista The Lancet, nos últimos 25 anos o número de fumantes no Brasil tenha diminuído, mas o país ainda conta com 7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens – aproximadamente 10% da população – dependentes do tabaco. Além de causar dependência física, o tabagismo é uma doença epidêmica que ocasiona morte precoce e incapacidade de indivíduos em todo o mundo.
“A cirurgia plástica é um procedimento cirúrgico como qualquer outro, com seus benefícios e riscos e seu sucesso vai depender do estado geral do paciente.  No caso específico, ele jamais poderá omitir do médico a informação do período que fumou. Caso contrário, o resultado da operação poderá ser comprometido”, finaliza Bianco.

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