Parece que houve uma pequena mudança
na estratégia de comunicação da VALE sobre os problemas das suas barragens.
Desta vez, a empresa avisou e admitiu que um
talude da cava da Mina do Gongo Soco irá se romper, pois ele está se
movimentando cerca de 7 cm por dia, que é de fato um valor extremamente
elevado.
Daí a empresa avisou também que esse evento poderá ocasionar a ruptura da Barragem de Rejeitos dessa mina, situada a cerca de 1 km do talude da cava. A VALE cita uma probabilidade de 15% para essa barragem sofrer colapso, mas não explica de onde vieram esses cálculos.
Se a barragem se romper, irá destruir
parte da cidade de Barão de Cocais, que está situada abaixo e no caminho que a
lama proveniente da ruptura irá passar. Será mais uma cidade afetada pelas
operações de mineração em Minas Gerais!
Explicando o que pode ocorrer, nesse
caso a ruptura do talude da cava da mina irá induzir vibrações na região, como
acontece em um terremoto. Essas vibrações se propagam pelo terreno e podem
causar uma ruptura da barragem por liquefação dinâmica.
O material da barragem (solo + rejeito) se transforma em um líquido (lama) que corre pelo vale do rio, destruindo tudo que estiver no caminho (casas, sítios, prédios, etc).
O material da barragem (solo + rejeito) se transforma em um líquido (lama) que corre pelo vale do rio, destruindo tudo que estiver no caminho (casas, sítios, prédios, etc).
Esse mecanismo de ruptura da barragem
é semelhante ao que aconteceu nas Barragens de Brumadinho e Mariana. A única
diferença é que nessas duas houve uma liquefação estática, por excesso de
pressão interna da água no corpo da barragem. Agora, caso a ruptura venha a
ocorrer, ela seria induzida por um pequeno sismo (vibrações).
Esperamos não aconteça! Mas este fato
mostra mais uma vez a situação preocupante da segurança das barragens de
mineração no Brasil!
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