Homens são os que mais
morrem de acidentes no trânsito
Acidentes de trânsito são a segunda maior causa de
mortes externas no país. Em 82% dos casos, as vítimas fatais são do sexo
masculino.
Acidentes de trânsito
provocaram a morte de 35,3 mil pessoas, em 2017. É o que mostram os dados do
Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Os números são preocupantes, e
um detalhe chama a atenção: a maior parte das vítimas fatais é do sexo
masculino e jovens em idade produtiva, entre 20 a 39 anos (36,75%). São
milhares de mortes prematuras, ocorridas todos os anos, com forte impacto
social, econômico, no setor saúde e para as famílias.
Segunda maior causa
de mortes externas no país, os acidentes de trânsito geram uma grande
sobrecarga nos serviços de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde
(SUS) com números crescentes de internações. Em 2017, foram 182.838, gerando
gastos de aproximadamente R$ 260,7 milhões. Deste total de internação, 78,2%
ocorreram no sexo masculino.
As principais
vítimas fatais foram: os motociclistas (12.199), seguidos de ocupantes de
automóveis e caminhonetes (8.511); pedestres (6.469); e ciclistas
(1.306).
Em mulheres, os
óbitos por acidente de trânsito foram de 6.336, correspondendo a 18% dos casos
em 2017. A maior parte delas também eram jovens, em idade entre 20 e 39 anos
(35,7%).
A gravidade do
impacto dos Acidentes de Tânsito Terrestes (ATTs) na saúde pública inclui
também o tratamento das sequelas emocionais e físicas. Segundo estudo baseado
em 1,7 milhões de internações por ATT entre 2000 a 2013, foi evidenciado que
23,5% dos pacientes apresentaram diagnóstico sugestivo de sequela física, sendo
que amputação e traumatismo crânio encefálico são as principais causas, sobretudo
entre homens de 20 a 29 anos, pedestres e motociclistas (Araújo & Mello,
2016).
FATORES
Há fatores que
impactam profundamente na ocorrência e gravidade dos acidentes de trânsito.
Esses fatores estão relacionados à qualidade da infraestrutura viária, às
condições do veículo e ao comportamento dos usuários de veículos.
Entre os fatores de
risco relacionados aos usuários destacam-se a associação de álcool e direção e
velocidade excessiva ou inadequada. Já aqueles que contribuem para gravidade
dos acidentes destacam-se o não uso de equipamentos de proteção (capacete;
cinto de segurança; dispositivo de retenção para crianças, etc).
Vale lembrar que o
uso rotineiro do capacete para motociclistas é comprovadamente capaz de reduzir
em até 40% a mortalidade e em até 70% os acidentes graves. Nos ciclistas, o uso
do capacete também pode reduzir traumatismos cranianos em cerca de 60% dos
casos.
A velocidade também
é um fator de risco que aumenta a probabilidade de colisões. Há evidências que
indicam que o excesso de velocidade entre 10 km/h ou 15 km/h acima do limite
fixado contribui para ocorrência dos acidentes, principalmente quando envolve
grupos vulneráveis como ciclistas e pedestres.
PROGRAMA VIDA NO TRÂNSITO
Em parceria com
estados e municípios, o Ministério da Saúde desenvolve, desde 2010, o Programa
Vida no Trânsito - PVT que se apresenta como a principal resposta aos desafios
da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ações pela Segurança no
Trânsito, cuja meta é reduzir 50% dos óbitos por acidentes de trânsito entre
2011 a 2020. Trata-se de um Programa intersetorial que busca, a partir de
evidências produzidas localmente, com base na análise integrada de dados,
subsidiar intervenções nos âmbitos de engenharia no trânsito, fiscalização,
educação e atenção às vítimas.
Lançado em 2010, o
PVT está implantado em 26 capitais e 26 municípios, alcançando uma população de
aproximadamente 50.6 milhões de habitantes. Desde a sua implantação, o PVT vem
auxiliando governos federal, estadual e municipal na adoção de medidas para
prevenir os acidentes de trânsito, reduzindo mortes. Entre 2010 e 2017, o
Brasil reduziu em 17,4% o número de mortes por acidentes de trânsito, passando
de 42.844 para 35.374. Nas capitais que mais se engajaram no Programa, houve
redução superior à 40%, tais como: Aracajú, com redução de 55,8%; Porto Velho
(52,0%); São Paulo (46,7); Belo Horizonte (44,7); Salvador (42,7%) e Maceió
(42,9%).
Ingrid Castilho
Agência Saúde
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