Pesquisar no Blog

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Congresso Nacional de Liderança Feminina da ABRH-SP, 4º CONALIFE



O Congresso Nacional de Liderança Feminina da ABRH-SP, 4º CONALIFE, acontece amanhã. Realizado em parceria com a ONU Mulheres, o congresso terá três painéis: Liderança no Olhar: A Indústria 4.0 e a liderança da mulher; Geração no Olhar: O que podemos esperar do futuro?; e Empatia no Olhar: Elas por Eles.

O primeiro deles “Cenário – A Indústria 4.0 e a liderança da mulher” terá as participações de Ana Paula Assis, presidente da IBM América Latina e Daniel Motta, sócio e CEO da BMI Blue Management Institute, com a moderação da professora convidada de MBAs da Fundação Dom Cabral Livia Mandelli, consultora na área de Gestão de Pessoas na Mandelli & Loriggio Associados.

Sobre o assunto, uma entrevista com Livia Mandelli:


1.  Como a inovação e as novas ferramentas, como Inteligência Artificial, Big Data Analytics, Machine Learning e métodos ágeis, estão transformando a atuação das lideranças?

A era digital, a inteligência artificial e todas essas tecnologias disponíveis estão cada vez mais presentes nas empresas e, diante disso, as lideranças não podem esquecer que as organizações ainda são constituídas por pessoas. Ou seja, é preciso olhar para as pessoas com empatia pelo momento que estamos vivendo. Sabemos que cada vez mais as posições altamente técnicas poderão, em breve, ser substituídas por máquinas. Hoje, mais do que nunca, um olhar humano, com cuidado e empatia pode ser a grande saída estratégica para o nosso cenário contemporâneo.


2.   O líder de hoje precisa estar preparado para lidar com a agilidade da informação, divergências comportamentais, pressão do mercado, foco nos resultados sem deixar a capacitação, recrutamento e atenção a sua equipe de lado. Qual é o papel das mulheres neste cenário 4.0?

As mulheres possuem comportamentos que trazem bem-estar e isso é fundamental no cenário atual. Forças vistas como mais femininas como a empatia, a cordialidade e a busca pelo relacionamento resultam em pessoas mais focadas em desenvolvimento e capacitação da equipe. Não me refiro aqui ao bem-estar por conforto, ou por um ambiente sem cobranças, menciono o bem-estar como uma junção de três sub competências de inteligência emocional, que são: autorrealização, autoestima e otimismo. 


3.   Hoje há uma demanda por mais mulheres no mercado de trabalho e em cargos de liderança. Na sua visão, apenas aumentar a presença feminina é suficiente? Ou também é preciso tornar a cultura empresarial mais feminina?

Tenho visto cada vez mais mulheres em posição de topo, porém elas estão absolutamente masculinizadas. Parece clichê, mas é a mais pura realidade das organizações brasileiras. Entendo que enquanto nós, mulheres, não assumirmos uma postura de equilíbrio entre forças femininas e masculinas não estaremos plantando as sementes necessárias para perenizar organizações saudáveis na revolução 4.0 e isso, de certa forma, significa tornar a cultura da empresarial com características tanto femininas quanto masculinas  


4.   A partir disso, equilibrar características femininas e masculinas na forma de liderar pode ser um caminho para o sucesso de uma boa 
gestão?

Vejo líderes absolutamente masculinos, que não constroem um legado humano e não marcam a vida das pessoas positivamente. Igualmente, vejo líderes femininos, que não perduram nas posições, pois não conseguem mobilizar a organização. Importante ressaltar que essas forças não se relacionam ao gênero nem à orientação sexual, mas às escolhas, conscientes ou não, de como se comportar naquele papel.  Dessa forma, acredito que a chave para uma gestão de sucesso está em um conceito que chamo de Liderança Andrógina, ou seja, é preciso observar a hora certa de desempenhar atitudes mais “femininas” ou “masculinas”, de acordo com cada situação. É uma liderança exercida por meio da capacidade individual de perceber atitudes e moldá-las conforme o momento.


5.   Quais dicas você daria para que os profissionais possam se tornar essa pessoa mais completa? 

Ter um mindset desenvolvimentista, elevando a capacidade e habilidade das pessoas a níveis em que elas serão absolutamente necessárias para os negócios. Além disso, é fundamental ter boa vontade para desempenhar a liderança 4.0, que exige um forte investimento em autoconhecimento, em autovigiar-se para ser um líder que inspira pelo seu exemplo na qualidade das relações humanas e, acima de tudo, que tenhamos empatia para reconhecer o empenho das pessoas em se prepararem para o cenário futuro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados