A Páscoa é uma das datas
mais celebradas pelos brasileiros e o motivo não é segredo. A troca de ovos de
Páscoa, repletos de chocolates e cada dia mais recheados de guloseimas que vão
desde doces até o chantili, é alegria garantida. A data, porém, é uma boa deixa
para falar de um dos principais males que assombram a nação: a diabetes.
Segundo informações da International
Diabetes Federation (IDF), o Brasil é o quarto país com mais diabéticos no
mundo. Cerca de 7%, ou 12,5 milhões de cidadãos nacionais, sofrem de algum tipo
da doença. Estamos atrás apenas da China, Índia e Estados Unidos, diz a
federação. Já o Ministério da Saúde informa: o número de brasileiros com
diabetes cresceu 61,8% nos últimos dez anos. São dados deveras desanimadores.
A diabetes é uma síndrome
metabólica decorrente da falta de insulina ou da incapacidade dela de exercer
suas tarefas de maneira adequada, o que causa um aumento da glicose no sangue.
Isso acontece quando o pâncreas não é capaz de produzir a insulina em
quantidade suficiente para o organismo. A diabetes pode vir de diversas
formas, sendo que o tipo 1, por exemplo, ocorre quando o pâncreas perde a
capacidade de produzir insulina em razão de um defeito do sistema imunológico.
Já o tipo 2, mais comum, é uma combinação de dois fatores: a diminuição da
secreção de insulina e um defeito na sua ação. Este segundo é tratável com
medicamentos orais ou injetáveis, diferentemente do primeiro. Há, ainda, a
diabetes gestacional, que é o aumento da resistência à ação da insulina durante
o período de gestação, o que leva aos aumentos nos níveis de glicose no sangue.
Infelizmente, a condição pode, sim, persistir após o parto.
A diabetes pode causar
diversas complicações, como a arteriosclerose, a retinopatia diabética e o
infarto do miocárdio, então deve ser levada a sério. Hoje em dia, já sabemos
que uma das causas da diabetes é justamente o ganho de peso, por isso, é
necessário o cuidado com o chocolate. Há, porém, outros fatores que aumentam o
risco de desenvolver a doença, entre eles o histórico familiar.
Ou seja, não tenha medo: a
grande maioria da população pode comer seu ovo de Páscoa, sim. Porém, para os
diabéticos, a recomendação é maneirar. O mais importante é conhecer seu
histórico familiar e estar em dia com suas visitas ao médico. Além disso, uma
vida saudável, repleta de refeições balanceadas e uma rotina ativa são
essenciais. Então, acabe-se nos chocolates, sem culpa, mas com
responsabilidade.
Dr.
Ulisses dos Santos - gestor médico do HSANP, centro hospitalar da Zona Norte de
São Paulo
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