Especialista do H9J reúne dicas sobre a
doença que atinge 180¹ mil novos pacientes por ano
Manchas
e pintas que coçam. Crescem, mudam de cor, ficam em alto relevo. Esses podem
ser sintomas de um início de câncer de pele. A doença representa 30%² dos
diagnósticos de câncer no Brasil. Segundo o Dr. Renato Santos, cirurgião
oncológico do Hospital 9 de Julho, a exposição excessiva ao sol é um dos
principais fatores de risco para esse tipo de câncer. “O brasileiro tem um
costume perigoso, a exposição excessiva ao sol sem proteção. Com medidas
básicas como roupas adequadas, chapéus, bonés, uso do protetor solar, e óculos
escuros, respeitar horários de alta incidência de radiação UV, podemos prevenir
muitos de casos da doença”.
O
câncer de pele resulta do crescimento desigual e descontrolado das células que
compõem os tecidos desse órgão. Os três principais tipos são:
Carcinoma
basocelular: é o mais comum, porém o menos agressivo. Este tipo de câncer surge
com mais frequência em regiões mais expostas ao sol, como rosto, nariz,
pescoço, orelhas e couro cabeludo.
Carcinoma
espinocelular (CEC): conhecido também como epidermóide é o segundo mais comum
dentre todos os outros tipos de câncer. A pele normalmente apresenta sinais de
dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda na sensibilidade.
Pode dar metástases.
Melanoma:
é o tipo menos frequente, porém o mais agressivo e letal. Tem origem nas
células responsáveis pela produção da melanina, os melanócitos. É considerado o
mais grave. Em geral, tem aparência de uma pinta de bordos irregulares, de
cores variadas (variando entre tons de castanho, vermelho e preto e áreas
esbranquiçadas), maiores que 0,6 mm e que apresentou crescimento.
O
Dr. Santos explica que, quanto mais pintas pelo corpo, mais alerta o paciente
deve ficar com modificações das mesmas. Para facilitar a busca por um
atendimento precoce, o especialista sugere o método ABCDE que analisa: Assimetria,
se a lesão tem um padrão ou se tem uma metade diferente da outra; Bordas
irregulares, contorno mal definido; Cor variável, a mesma mancha com
diferentes tons ou cores como preta, castanha avermelhada e até azul; Diâmetro,
se o tamanho é maior que 6 mm e Evolução, como crescimento e
sangramento.
Caso
o médico identifique alguma anomalia, é necessário avaliar se o tumor é benigno
ou maligno. Caso seja benigno, o tratamento pode ser cirúrgico com remoção e
sutura simples, eletro-curetagem (corrente elétrica), criocirurgia
(congelamento). Já para o tratamento de tumor de pele maligno, a cirurgia é a
principal forma de tratamento, dando margens oncológicas adequadas. Em
situações especiais poderá ser utilizada a radioterapia, a imunoterapia
(utiliza o próprio sistema imunológico para criar as defesas do organismo
contra o câncer)
e
a quimioterapia.
A
relação com o sol
A
exposição solar excessiva é o principal fator de risco para o câncer de pele.
Pessoas com pele, olhos e cabelos claros, as que trabalham com exposição direta
ao sol e as que possuem imunidade enfraquecida, estão mais propensas a
desenvolver a doença.
O
modo mais eficaz de prevenção do câncer de pele é a utilização de roupas
adequadas e a não exposição ao sol das 10:00 às 16:00 H. O uso de protetor
solar diariamente contribui para evitar a doença. É importante também observar
pintas e possíveis sinais que começaram a aumentar ao longo do tempo. Para o
Dr. Santos, os bons hábitos de proteção e hidratação da pele devem ser
estimulados desde cedo. “A pele não esquece e vai acumulando ao longo da vida
os resultados da exposição solar. Por isso, a proteção deve ter início já na infância”
alerta e lembra que é importante ir ao dermatologista uma vez ao ano para fazer
uma avaliação completa da pele.
Fonte:
Hospital 9 de Julho
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