Doença responde por 30% de todos os diagnósticos e dermatologista alerta
que cuidados com a pele devem acontecer no ano inteiro, mas devem ser
intensificados no verão
Pelo terceiro ano consecutivo o Hospital Santa Paula adere ao Dezembro
Laranja, campanha nacional da Sociedade Brasileira de Dermatologia que tem como
objetivo estimular a população na prevenção e no diagnóstico ao câncer da pele,
o tipo de maior prevalência no país.
De acordo com a dermatologista Vanessa Mussupapo, do Instituto de
Oncologia Santa Paula, o câncer de pele é caracterizado pelo crescimento
anormal e descontrolado das células que compõem a pele, e o excesso de
exposição ao sol é a principal causa da doença, uma vez que a radiação ultravioleta
é a maior responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos.
Por se tratar de uma doença silenciosa, é importante ficar atento a
sinais como pintas, eczemas, lesões, uma crosta central e que sangra
facilmente, uma pinta preta ou castanha que muda de cor, pinta com bordas
irregulares, pinta que aumenta de tamanho, mancha ou ferida que não cicatrizam,
etc. Recomenda-se consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para
um exame completo. Uma biópsia pode diagnosticar o câncer da
pele.
“O câncer de pele corresponde a cerca de 30% de todos os tumores
malignos registrados no país e está dividido em dois tipos: melanoma e
não-melanoma. Se detectado precocemente, pode ser curado com facilidade”,
explica Vanessa.
Existem dois tipos de câncer de pele:
1. Câncer de pele não-melanoma
É mais comum em pessoas com mais de 40 anos e raro em crianças e negros,
com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas. De acordo com o
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) é o de maior
incidência e mais baixa mortalidade, porém se não tratado adequadamente pode
deixar mutilações bastante expressivas. Apresenta altos percentuais de cura se
for detectado e tratado precocemente.
A estimativa de novos casos no Brasil é na faixa de 165 mil, sendo
85.170 homens e 80.140 mulheres, segundo dados recentes do INCA. O número de
mortes chega a 1.958, sendo 1.137 homens e 821 mulheres.
No câncer da pele não-melanoma, a cirurgia é o tratamento padrão.
Radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e medicações são tratamentos
coadjuvantes que variam conforme o tipo e a extensão da doença.
2. Câncer de pele melanoma
Representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão. É o tipo mais
grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do
câncer para outros órgãos). Este câncer está muito ligado a hereditariedade,
por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter
a exames preventivos regularmente.
Segundo o INCA, são 6.260 casos no Brasil, sendo 2.920 homens e 3.340
mulheres. Há registros de 1.794 mortes no Brasil, sendo 1.012 homens e 782
mulheres.
O tratamento desse tipo leva em conta a extensão, agressividade e
localização do tumor. As modalidades mais utilizadas são as cirúrgicas e
medicações orais.
Prevenção
A especialista listou abaixo três recomendações que devem ser
incorporadas aos nossos hábitos diários de proteção:
1. Se possível, evite a exposição solar entre 10h e 16h.
2. O filtro solar deve ser usado diariamente, em todas as estações do
ano, e não somente em horários de lazer ou diversão, e deve ser espalhado de
maneira uniforme de 15 a 30 minutos antes da exposição. É importante que o
produto proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar
(FPS) 30, no mínimo. A reaplicação deve ser realizada a cada duas horas em
atividades de lazer ao ar livre ou de manhã e antes de sair para o almoço em
dias de trabalho, principalmente no rosto, que é uma área muito exposta ao sol.
3. As maquiagens com filtro não substituem o uso diário do protetor por
possuírem baixo índice de proteção solar baixo, normalmente em torno de FPS 25,
e cobertura muito fina. O ideal é utilizar protetor solar com base tonalizante.
Hospital Santa Paula (HSP)
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