Fiscalização
eletrônica é uma das responsáveis por essa redução nas rodovias federais do
país
626 vidas foram poupadas em
dois anos nas rodovias federais do Brasil. De acordo com a coordenação de
comunicação social da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 2015 o órgão registrou
6.870 mortes e, em 2017, 6.244. Isso representa uma queda de 9,1% no número de
óbitos no período, alcançada graças a políticas públicas, campanhas de
conscientização e fiscalização.
Os dados da PRF revelam
ainda que, em 2017, a falta de atenção (29,5%) e a velocidade incompatível com
a permitida (16,1%) foram as principais causas de mortes nas estradas federais,
sendo a colisão frontal (30,5%) o tipo de acidente que mais levou a óbito. Com
essas informações em mãos, os órgãos de fiscalização conseguem traçar a melhor
estratégia para prevenir novos sinistros.
A PRF explica ainda que o
trabalho de planejamento e coordenação de ações integradas é baseado em um
enorme banco de dados, analisado detalhadamente. Esse banco é alimentado a
partir das informações operacionais diárias da instituição, e indica os pontos
críticos das estradas, as curvas mais perigosas e os trechos em que a
imprudência é mais visível. A PRF enfatiza que a tecnologia otimiza a atividade
policial. O uso de etilômetros e radares para registro instantâneo de
velocidade, por exemplo, pode coibir condutas irresponsáveis e minimizar o
risco de ocorrências mais graves.
Luiz Gustavo Campos, diretor
e especialista em trânsito da Perkons, comenta que um dos objetivos dos
equipamentos de fiscalização eletrônica é exatamente este. “As tecnologias de trânsito - como radares, câmeras
para supervisão e gravação de imagens, lombadas eletrônicas e fiscalização de
evasão de pedágio – fornecem dados que auxiliam órgãos e gestores públicos a
pensarem ações que melhorem o trânsito, além de contribuem na conscientização
dos motoristas em relação ao cumprimento das regras e leis de trânsito”,
reforça Campos.
A dupla equipamentos
eletrônicos e gestão já mostra resultados contínuos, e a redução no número de
mortes causadas por acidentes nas rodovias federais deve continuar em 2018. Se
considerarmos apenas as estradas federais do Paraná, o primeiro semestre deste
ano já contabilizou 32% menos mortes em relação
ao mesmo período do ano passado.
Levando em consideração não
só as rodovias, mas também outras vias do país, os últimos dados nacionais,
divulgados pelo DataSUS,
do Ministério da Saúde, revelam que as mortes causadas em acidentes de trânsito
seguiram o mesmo declínio: de 2015 para 2016, a redução foi de 3%.
Metas no Brasil e no mundo
O assunto preocupa não só o
Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que os acidentes de
trânsito matam 1,25
milhão de pessoas por ano no planeta, sendo a principal causa de
morte na faixa etária de 15 a 29 anos, e custando, para a maioria dos países,
em torno de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). 93% das mortes por acidentes de
trânsito ocorrem em países em desenvolvimento. Neste grupo está o Brasil.
Esse panorama assustador fez
com que as Nações Unidas lançassem a Década de Ação
pela Segurança no Trânsito (2011-2020), cujo objetivo é pressionar
governos a tomarem medidas para prevenir acidentes no trânsito.
O Observatório Nacional de
Segurança Viária (ONSV) analisou os números de óbitos no trânsito
desde 2011 até 2016. Neste período, houve redução de 15% de casos, o que
representa cerca de 50% da meta estabelecida até 2020. Se a diminuição
continuar neste ritmo, a previsão é de que o Brasil registre 33 mil mortes em
acidentes de trânsito até 2020. Número ainda alto, infelizmente, porém, próximo
à meta de redução proposta para o período (de cerca de 31 mil).
O
Brasil desdobrou as metas da ONU em objetivos específicos para o país. O
Projeto Vida no Trânsito (PVT),
do Ministério da Saúde, é uma iniciativa voltada para a vigilância e prevenção de lesões e
mortes no trânsito, além da promoção da saúde. O foco das ações está na
intervenção em dois fatores de risco priorizados no Brasil: dirigir após o
consumo de bebida alcoólica e em velocidade inadequada.
Mais recentemente, em
janeiro de 2018, também foi publicada a Lei 13.614/2018,
que criou o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito
(Pnatrans). O Plano dispõe sobre uma série de metas para a redução do índice de mortalidade no trânsito. O objetivo é que, até 2028, as mortes no trânsito
caiam pela metade.
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