A inovação é hoje uma das
principais ferramentas de crescimento, tanto de empresas quanto de nações.
Inovar se tornou a chave para expandir o mindset de empresários de
maneira a enxergar novas saídas para antigos problemas e, sobretudo, driblar as
crises locais e mundiais.
A economia nunca dependeu
tanto de um modo de pensar inovador. Entretanto, inovar depende muito mais das
pessoas do que de tecnologias, como dita nosso preconceito natural. É por isso
que, mesmo investindo em processos e tecnologias, ainda é preciso dar um passo
importante rumo ao investimento em capital humano.
Em um país onde a educação é
um problema constante, o Brasil está ficando para trás em inovação justamente
porque falta ao brasileiro um espírito de eterno estudante, antes do espírito
do arrojado empreendedor. Inovar demanda se atualizar, estar em constante
movimento de aprendizado, deixando a mente fértil para receber ideias novas.
Trabalhador o brasileiro
sempre foi. Porém, a nutrição de conhecimentos e pensamentos inovadores ainda é
fraca, porque temos péssimos incentivos ao aprendizado. Isso se reflete
até mesmo nos cursos disponíveis em universidades. Até existem formações, mas
elas são poucas, nem sempre bem certificadas, e quase sempre falta um guia
direcional para o estudante se desenvolver em inovação.
Não existe mudança de
paradigma sem capacitação de gente. Mudar milhares de processos não vai
adiantar nada se a mente de quem movimenta a empresa não mudar. Inclusive, se
atualizar nem sempre é fazer uma nova faculdade. Cursos livres, ler livros,
buscar especializações, programas de inovação, é até mais importante que as
velhas formas de estudar.
Nós ainda acreditamos que, ao
completar uma faculdade, está tudo resolvido e que agora só é preciso trabalhar
até se aposentar. Mas, as coisas não são mais assim. É preciso mudar esse jeito
de ver o estudo: como uma etapa chata a ser vencida e esquecida.
Assim, investir em capital
humano é a saída para as empresas. Porém, antes disso, é preciso investir na
mudança de paradigma de aprendizado e educação do brasileiro. Fazer isso
demanda tempo e esforço, e com certeza precisa partir de diversas partes:
empresas, governo e, acima disso, de cada profissional.
Quando uma empresa busca
inovar, ela precisa fazer isso primeiro com seus colaboradores, em seguida em
seus processos, e aí sim estar pronta para lidar com novas tecnologias e
ideias. É um processo que, se não partir da educação, será apenas uma iniciativa
sem seguimento, rasa. Essa é a única maneira efetiva de inovar.
Alexandre Pierro - engenheiro mecânico, bacharel
em física aplicada pela USP e fundador da PALAS, consultoria em gestão da
qualidade e inovação.
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