O câncer de próstata é grave e os sintomas só
aparecem, na maioria dos casos, quando a doença já está avançada, o que pode
dificultar o tratamento e a cura. Por isso, é importante que o homem faça o
exame regularmente para que ao mínimo sinal de alteração isso seja tratado.
No Brasil, o câncer de próstata é segundo que mais atinge os homens, ele
perde apenas para o câncer de pele.
O assunto merece destaque, pois é importante
conscientizar a população masculina da necessidade de fazer o exame e quebrar
os tabus diante de um diagnóstico, infelizmente, positivo.
“Fazer o exame de toque já é um tabu entre os
homens, quando uma doença crônica, como o câncer, é descoberta pode mexer ainda
mais com o imaginário masculino, trazendo problemas sérios de depressão,
ansiedade, tristeza profunda e medo”, explica a psicanalista Débora Damasceno,
coordenadora da Escola de Psicanálise de São Paulo.
O medo não é caracterizado apenas pela
morte, mas sim pelas limitações físicas que os tratamentos, quase sempre,
acarretam como a diminuição da capacidade de ereção, cansaço e até mesmo a retirada
dos testículos, atingindo a essência da masculinidade.
A doença física interfere no estado psicológico da
pessoa, principalmente em doenças mais complexas como o câncer, por esse
motivo, a mente precisa estar sã para que o tratamento seja o menos doloroso
possível. O apoio de familiares e de profissionais é essencial para ajudar
nessa batalha.
“Hoje em dia o homem está mais receptivo
para aceitar tratamentos, exames e falar pouco mais abertamente sobre a
sexualidade. Mas, ainda não é tarefa fácil para os analistas conseguirem manter
a saúde mental do paciente em perfeito estado de aceitação e entendimento da
doença. Isso pode ser atribuído à cultura em que vivemos e o papel que o homem
desempenha na sociedade, na visão que ele precisa ser provedor e viril”, afirma
Débora.
Durante o tratamento é importante que o
profissional e paciente discutam sobre virilidade e masculinidade para que os
pensamentos possam ir além da concepção familiar e social e o paciente possa se
redescobrir nesse novo contexto.
Hoje também precisamos notar que o que antes era
uma quase sentença de morte, atualmente, por conta dos avanços da medicina e
tecnologia, o tratamento e cura já se faz presente em uma boa porcentagem dos
casos.
“Depois do tratamento vem a vida e suas
angústias. É um mecanismo normal da nossa mente construir como medos futuros
situações dolorosas do passado. O papel da Psicanálise nesse momento é
restabelecer a percepção temporal junto com o reconhecimento da própria
capacidade de suporte e superação tanto da doença quanto de condições
insatisfatórias de vida cotidiana. ”, conclui Débora Damasceno.
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