Divulgação
Compreensão do
contexto da criança e utilização de diferentes métodos auxiliam a superar
dificuldades
A alfabetização é um dos principais desafios da
Educação Básica brasileira.
Dados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA)
mostram que mais da metade dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental da rede
pública têm níveis de leitura considerados insuficientes. Um dos fatores dessa
defasagem é a diferença entre os próprios alunos. Ao mesmo tempo em que muitas
crianças têm facilidade no aprendizado, outras têm dificuldades que vão além do
que é tratado em sala de aula. Fatores como o contexto familiar, o histórico de
vida e questões emocionais podem ser barreiras na alfabetização.
Segundo a doutora em educação e coordenadora do
curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional e Clínica da
Universidade Positivo, Liliamar Hoça, todas as crianças são capazes de
aprender, porém, não da mesma maneira. Para observar quais alunos têm
dificuldades e/ou limitações emocionais, a professora cita algumas
características que podem servir de indicativos, como: condutas evitativas na
realização de atividades, baixa tolerância à frustração, problemas de
coordenação visomotora, dificuldade de socialização, dificuldade de
planejamento, organização e memorização de conceitos, desenvolvimento tardio da
linguagem oral, dificuldade em direcionar atenção para atividades próprias da
infância e do processo de escolarização, choro constante sem motivo aparente,
evasão de atividades orais e insegurança excessiva.
Para superar essas dificuldades, Liliamar propõe
uma avaliação inicial a fim de considerar se a criança apresenta alguma
dificuldade específica e, posteriormente, desenvolver habilidades necessárias
para a aprendizagem efetiva - e não focar somente no momento de aprender. “O
professor precisa discutir adequações metodológicas, e a escola, como um todo,
necessita propor projetos diferenciados que possam colaborar no desenvolvimento
de habilidades necessárias para a aprendizagem escolar. Trabalhos com
estimulação da linguagem oral e escrita, raciocínio lógico matemático, e a
exploração de habilidades de atenção, memória, percepção e imaginação são muito
úteis”, diz a especialista. Segundo ela, é preciso levantar as habilidades que
essa criança já desenvolveu ou está em desenvolvimento, o que ela gosta de fazer
- pintar, recortar, jogar -, e propor outras alternativas em sala de aula.
Liliamar também alerta que os traumas que o aluno
pode trazer consigo podem influenciar a aprendizagem e, em geral, atingem o
emocional e até o biológico da criança. “A família tem um papel preponderante,
pois precisa comunicar a escola, ser parceira e conversar com os gestores da
instituição para buscar ajuda especializada”, orienta, além de lembrar que a
ajuda de profissionais especializados é importante, mas a maior ajuda poderá
vir do professor, que pode modificar as atividades em benefício do estudante e
colocar a criança em evidência positiva.
Foi o que aconteceu com Rafael Koswoski Neutzling,
de apenas 7 anos e aluno do 1º ano do Colégio Positivo Júnior, em Curitiba. Rafael
apresentava dificuldades frequentes em participar das aulas, chorava com
facilidade e acabava por não conseguir evoluir na alfabetização no mesmo ritmo
que os colegas de turma. “Fizemos um acompanhamento com ele e os pais e
descobrimos que a avó, a qual ele era muito próximo, havia falecido. A partir
daí oferecemos acompanhamento, carinho e atenção e ele passou a demonstrar
maior confiança na escola”, conta a gestora educacional de Rafael, Patrícia
Beltrão. Segundo ela, o suporte emocional fez com que ele se sentisse mais
confortável, amenizando o sofrimento da perda e deixando com que ele fizesse
uso das habilidades que já tinha, mas estavam bloqueadas pelas emoções.
Além do apoio emocional, para aprender
especificamente conteúdos e conceitos do currículo escolar também são
necessárias determinadas habilidades e organização. A gerente de produto da
Editora Positivo, Damila Bonato, responsável pelo programa de letramento e
alfabetização Letrix, conta que o material didático deve ser um suporte para o
trabalho pedagógico e não a única fonte de consulta ou de trabalho para os
estudantes e para o professor. “Ele precisa abrir possibilidades de
investigações. As escolas possuem, em geral, uma mesma estrutura e, dependendo
do transtorno de aprendizagem, é preciso pensar como essa estrutura pode
colaborar com o aprendizado. Por exemplo, crianças com autismo necessitam da
rotina - mudanças na organização do ambiente são complicadas para elas”,
explica. Damila ressalta que, em casa, a organização do tempo e do local de
estudo é importante para qualquer criança.
Sobre o Letrix
É um programa de letramento e alfabetização voltado para alunos que
ainda não estão alfabetizados ou que apresentam defasagem de alfabetização.
Desenvolvido pela Editora Positivo, o Letrix oferece às escolas assessoria
pedagógica e os docentes têm acesso a orientações por meio de vídeo-aulas
específicas sobre as unidades dos livros, webcursos, avaliações de entrada e de
saída, além de suporte on-line e via telefone. Um dos diferenciais do programa
é estar alinhado às novas gerações de estudantes. Tanto a proposta pedagógica,
quanto o projeto gráfico conversam com o universo de jogos e elementos
presentes no dia a dia dos alunos, nativos digitais, com algum acesso, mesmo
que mínimo, às tecnologias digitais. O programa pode ser adotado por escolas
públicas e privadas e está dividido em duas etapas: uma com um trabalho de
letramento mais simples, com foco maior na alfabetização e compreensão da
escrita, e outra com um trabalho mais intenso de letramento, com textos de
gêneros mais complexos e propostas de leitura e compreensão progressivamente
mais desafiadoras.
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