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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

A importância de aceitar o passado para seguir em frente


O escritor de best-sellers no segmento de autoajuda, Roberto Shinyashiki, denomina a ação como "rasgar o cheque", que significa deixar o rancor de lado para conseguir caminhar rumo ao futuro


É comum que é em certo ponto da vida, uma pessoa se questione a respeito dos caminhos que seguiu, das decisões que tomou até aquele ponto de sua trajetória pessoal. Esta indagação existencial normalmente vem precedida por uma certa frustração, de fato, uma certa sensação de que alguma coisa não vai bem ou não seguiu o rumo esperado. A vontade é de dar uma guinada e mudar sensivelmente a rota. Mas, muitas vezes não se consegue fazer isso. A impressão é de que alguma coisa está te prendendo ao que é e ao que não quer mais ser.

O psiquiatra, palestrante e escritor de best-sellers no segmento de autoajuda, Roberto Shinyashiki, ressalta a importância de se perdoar para seguir em frente. Algo que ele chama de “rasgar o cheque”, conceito que se refere ao exercício de uma ação corajosa, a qual convida as pessoas a deixarem o rancor que as consome de lado, aceitar situação do passado, e, assim, conseguir caminhar rumo ao futuro.

Shinyashiki explica que o primeiro passo para uma mudança é conhecer-se melhor, reconhecendo que está fazendo as coisas do jeito errado. Posteriormente, pode-se partir para desenhar uma nova vida. Conforme o escrito, se a pessoa está frustrada é porque não está vivendo da maneira que deseja. “Para alguns, as escolhas foram tomadas com base na necessidade, para outros na comodidade, na ganância ou até no desejo de agradar os outros. Isso revela que as pessoas ainda não encontraram um modo de viver consciente e definido por elas mesmas, sem ser determinado por experiências do passado”, argumenta.

Para exemplificar este tipo de postura das pessoas, Shinyashiki rememora uma passagem de sua vida, contando como seus pais depositaram suas esperanças em ver o filho se tornando um médico. O que eventualmente aconteceu, mas acabou deixando-o infeliz no meio do caminho. “É bem provável que eu tenha feito medicina para agradar meus pais. Eu me lembro da alegria com que meu pai perguntava sobre minha vida nos hospitais, ¬¬¬como ele tinha orgulho daquilo tudo. Entretanto, felizmente, logo pude sair daquela rotina do hospital e montar meu consultório de terapia – que era o que eu de fato eu queria fazer”, relata.

Se uma pessoa tem a profissão que não gostaria, possui um negócio que não tem a ver com sua personalidade, não valoriza seus próprios talentos, traçou um desenho de vida que não respeita a própria forma de pensar, em suma, não tem consciência do que a faz feliz, essa pessoa, segundo Shinyashiki, precisa redesenhar a vida dela. “Quando simplesmente damos sequência à vida que vivemos, corremos o risco de perder muito tempo querendo ser quem não somos, querendo criar um talento que não temos e, sobretudo, carregando situações que não conseguimos resolver no passado”, afirma.

Para Shinyashiki, a pessoa pode ser como um pássaro, mas enquanto estiver apega àquilo que foi no passado, um amor antigo, por exemplo, será mais como uma pipa presa por uma linha, sempre tendo que lidar com aquele puxão para baixo, para que não se perca ou desprenda. “Rompa com esse fio, só assim poderá voar alto e longe e conseguir enxergar o que vida reserva a você”, sugere o escritor.


“Rasgue o cheque”

Segundo Shinyashiki, remoer o passado, é como continuar cobrando por aquele cheque sem fundos recebido há anos. O tempo passa, aquele dinheiro não faz mais falta à sua empresa, mas você decide processar legalmente o cliente caloteiro, mesmo sabendo que ele está desempregado, sem casa, e que aquele pagamento não irá ocorrer. “Nessa cobrança, já foi gasto tempo suficiente para produzir o dobro daquele dinheiro. E para quê? Só para perder tempo. É preciso encontrar o momento para rasgar aquele cheque”, afirma o palestrante.

De fato, o cheque é uma dívida emocional que se tem com alguém ou com algo e que acaba sendo mais prejudicial ao credor do que ao devedor. Trata-se de uma dívida que se está carregando e cobrando de quem não tem condições para quitá-la. Seja um filho, que foi humilhado pelo pai quando criança, gostaria de ouvir um pedido de desculpas do pai e nunca conseguiu. Seja um marido, que terminou um bom relacionamento amoroso há anos, mas fica apegado a ex- esposa e mantem os retratos dela pela casa.

Shinyashiki explica que o pai pode nunca conseguir pagar essa dívida, mas o filho continuará carregando isso, como se fosse uma nota promissória dentro de si mesmo. “Não vale a pena. Só você está perdendo o sono”, afirma. No caso do marido, os retratos da ex-mulher servirão apenas para afastar qualquer pretendente que entre na sala dele para tomar um café. Enquanto isso, a ex já tem outra família. “O que ele tem de fazer? Agradecer o período, honrar isso como parte de si, mas colocar tudo aquilo no lixo sem sentir dó”, diz.

O grande obstáculo para a transformação verdadeira, conforme o palestrante, é que as pessoas ficam apegadas a coisas que não têm mais sentido para elas. “Seja quem você quiser ser, mas você precisa jogar fora o resto. Tire o retrato de casa, esqueça o que foi a carreira antiga, não fique recitando seus prêmios se eles não valem para o que você quer agora, não carregue com você o projeto que deu errado. Não tenha dó nem piedade de jogar fora aquilo que não serve mais para a sua vida”, conclui.



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