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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Pais subestimam o problema de peso dos filhos


Muitos pais acreditam que seus filhos, aparentemente, são mais magros do que realmente eles são


Uma revisão de estudos publicada na revista Pediatrics revelou que dois terços dos pais subestimam o peso de sua prole. "O dado é preocupante, pois, em estado de negação, os pais não são capazes de reconhecer que seus filhos estão acima do peso, assim, eles não podem tomar as atitudes necessárias para prevenir ou tratar a obesidade”, avalia o pediatra Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

Para chegar aos dados finais da meta-análise, os pesquisadores revisaram dados de 121 estudos que incluíram mais de 80.000 estimativas de peso de crianças e adolescentes, entre 2-19 anos, feitas por seus pais. Mais da metade dos pais de crianças com sobrepeso e obesidade subestimaram o peso dos filhos, como também o fizeram cerca de 14% dos pais de crianças com peso normal. Os pais tinham maior probabilidade de subestimar o peso de crianças entre 2-5 anos.
As razões para essa atitude não foram estudadas, mas os cientistas sugerem que os meios de comunicação apresentam uma imagem estereotipada de crianças com sobrepeso como severamente obesas e que isso distorce a compreensão dos pais. Outra hipótese é a de que os pais são resistentes a estigmatizar seus filhos como “gordos”. E há também os pais que simplesmente não acreditam que seus filhos possam estar acima do peso porque eles são fisicamente ativos e não têm problemas de saúde óbvios. "É nesses casos que o papel do pediatra é essencial, pois ele é o profissional de saúde indicado para corrigir a ‘falsa impressão dos pais’ e promover a adoção de hábitos saudáveis”, defende Chencinski.


O que as famílias podem fazer

O sobrepeso e a obesidade infantil são problemas de saúde significativos para as famílias e muitos pais se sentem sobrecarregados e angustiados com essa situação, não sabem por onde começar a ajudar os filhos... Segundo o pediatra isso é totalmente compreensível, dada a complexidade associada às causas e ao tratamento dessas condições. 

“No entanto, há muitas coisas que as famílias podem fazer para promover um estilo de vida mais ativo e saudável e para apoiar uns aos outros com o objetivo de se manterem saudáveis. Por exemplo, elas podem se concentrar na criação de um ambiente familiar que incentive e apoie as escolhas alimentares saudáveis​​; podem comunicar-se regularmente com seu pediatra para entender melhor o que significa o percentual do IMC (índice de massa corporal) e podem também unir-se à comunidade na defesa de lanches mais saudáveis nas escolas”, enumera Moises Chencinski, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

Além do que o médico mencionou, a comunidade científica concorda que cada uma das seguintes opções pode impactar positivamente sobre o sobrepeso e a obesidade em crianças e / ou adolescentes:

  • Comer 5 porções de frutas e vegetais por dia;
  • Fazer pelo menos 1 hora de atividade física por dia (não precisa ser consecutiva);
  • Limitar o tempo de tela (TV, tablet, celular) para menos de 2 horas por dia;
  • Limitar o consumo de açúcar e de bebidas adoçadas;
  • Tomar o café da manhã diariamente;
  • Optar por produtos lácteos com baixo teor de gordura;
  • Fazer regularmente as refeições em família;
  • Limitar as refeições fast food e as saídas para comer fora;
  • Preparar os alimentos em casa;
  • Comer uma dieta rica em cálcio;
  • Comer uma dieta rica em fibras;
  • Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e manutenção do aleitamento após a introdução de alimentos sólidos até os 12 meses de idade.

O que os pediatras podem fazer 

Para Moises Chencinski, pais e pediatras podem formar uma parceria importante na prevenção de sobrepeso e obesidade. “É uma ótima ideia para os pais manterem um contato regular com o pediatra do seu filho sobre nutrição adequada e atividade física. Além disso, o pediatra pode ajudar os pais, avaliando o risco da criança e monitorando seu IMC. O pediatra deve informar aos pais quando a criança está em risco de excesso de peso ou quando já está acima do peso ou obesa. Trabalhando em equipe com o pediatra do filho, os pais poderão identificar as melhores formas para que a criança adote e / ou mantenha um estilo de vida ativo e saudável”, defende o médico.







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