O
desemprego quase sempre nos pega de surpresa. Mesmo em momentos de crise, por
mais esperada que seja, essa notícia costuma gerar um ciclo de reações. Muitos
demoram um tempo para entender e aceitar. O estresse decorrente das incertezas
sobre o futuro costuma causar grande angústia e apreensão. A mudança brusca e
repentina na rotina faz com que muitos cheguem até a quadros depressivos.
A
situação tende a se agravar se o cenário não se mostrar promissor, como tem
sido o caso de muitos. Depois de alguns meses e tentativas frustradas de
recolocação, o desânimo tende a aparecer. Nessas horas, é fundamental poder
contar com o apoio da família e dos amigos. A situação pede que se ande de cabeça
erguida, mantendo a autoestima e o pensamento positivo.
Procurar
emprego dá trabalho e é preciso foco e dedicação. O profissional deve elaborar
currículos e se candidatar a vagas, se colocando à disposição do mercado. É
fundamental fazer networking, ativando a rede de contatos. Participar de cursos
e eventos também é uma ótima oportunidade para conhecer pessoas novas e fazer
relacionamento que podem gerar oportunidades de trabalho. Há várias opções
gratuitas.
Por
mais difícil que seja, é importante manter a motivação e a energia, entendendo
que isso é uma tempestade passageira. O profissional precisa identificar suas
qualidades e se valorizar. Precisa estar consciente de todas as suas conquistas
e potenciais, demonstrando garra para encarar uma nova oportunidade de
trabalho. Quem contrata quer ver brilho nos olhos.
Por
outro lado, cabe ao recrutador entender que está lidando com um ser humano. Ele
precisa acolher o candidato e entender seu momento. Não há motivos para
desqualificação, ainda que aquele profissional não seja o mais adequado para a
vaga em andamento. Informar sobre as etapas do processo e dar feedback é
essencial. O profissional de RH também tem o papel de combater qualquer tipo de
discriminação em relação aos candidatos.
Com
os altos índices de desemprego, aceitar uma redução de salário ou mesmo uma
oportunidade em uma área diferente da que se está acostumado é uma
possibilidade. É preciso estar aberto para adaptações e verificar se elas
condizem com a sua realidade. Em função da grande oferta de profissionais
disponíveis, muitas empresas tendem a jogar salários para baixo e exigências
para cima.
O
trabalho, além de ser um apoio financeiro ou salarial, também pode ser
considerado uma fonte de bem estar e equilíbrio psicológico e social. É preciso
desenvolver a empatia, tendo um olhar humano para o profissional. Acima da
habilidade técnica, deve estar a habilidade humana. Só assim conseguiremos
combater toda a fragilidade que o desemprego, por si só, costuma gerar.
Fernanda Andrade -
Gerente de Hunting e Outplacement da NVH - Human Intelligence.
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